Robson caminha tranquilo entre as crianças agitadas no recreio da Escola Estadual de Ensino Fundamental Stella Maris, em Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre. Ganha carinho dos estudantes, observa o movimento, procura comida. Nos últimos dias, além de ser parceiro dos "colegas" de aula, também passou a fazer sucesso na internet.
— Ele merece ficar famoso — diz um dos alunos à reportagem de GZH.
Nos últimos dias, o vira-lata ficou conhecido nas redes sociais. Isso porque, no dia 22 de junho, a professora de matemática Anelise Trindade Arangurem fez um registro do cãozinho, que, durante uma aula, estava ao lado de uma aluna. Quando a menina se levantou, Robson ocupou o lugar vago.
— Eu quis registrar o momento. Tirei a foto e coloquei no meu Facebook. Quando vi, tinha viralizado. As pessoas gostaram muito — relata a professora.
O material foi compartilhado e recebeu comentários no perfil da educadora na rede social. Páginas com conteúdo de animais domésticos também compartilharam. Segundo o texto que acompanha a imagem da professora, o cão está na escola "no horário certo, não se atrasa e não falta, faça chuva ou faça sol. Aluno nota 10 do Stella".
A diretora Lise Fernanda de Cristo Barcellos, 44, diz que a presença do vira-lata já faz parte da rotina da escola. Segundo ela, o cão no ambiente de ensino motivou a criação de iniciativas voltadas ao bem-estar dos animais; ajuda, também, nas noções de responsabilidade que devem ser adquiridas pelas crianças.
— O Robson ganhou o carinho dos alunos e funcionários. Ele respeita e cuida de todos, não deixa outros cães entrarem no pátio da escola. É receptivo na hora do recreio, é receptivo com as crianças e muito dócil — diz.
Os responsáveis pelo cão são dois irmãos: João Victor Gomes Barbosa, 11, e Carlos Gabriel Gomes Barbosa, 12, ambos alunos do 6º ano, que moram nas proximidades da escola. Eles são acompanhados pelo cão no caminho para a escola. Robson permanece na instituição e, no fim do turno, a exemplo dos alunos, retorna para casa. À reportagem, João Victor confessou haver uma confusão quanto ao nome do animal.
— Quando ele entrou na sala, meus colegas chamavam de Caramelo. Os da manhã chamavam de Robson, mas o nome real dele é Andreas — explica o menino.
Durante o recreio não havia consenso no pátio da escola: parte optava por Robson, parte escolhia Caramelo.