Realizado na manhã desta quarta-feira (4), o RBS Talks, evento online do Grupo RBS, abordou os temas saúde e felicidade dos funcionários e como esses dois elementos podem trazer mais produtividade às companhias. A transmissão contou com a presença de Márcio Fernandes, autor do livro Felicidade Dá Lucro e referência na área de liderança, e Michele Schneider, especializada em medicina interna e gerente-médica da Doctor Clin. A mediação foi da comunicadora do Grupo RBS Giane Guerra.
Fernandes, logo de início, afirmou que aprendemos a fazer a diferença e o bem para as pessoas que amamos, mas não na vida de quem não conhecemos. Mas isso vem mudando, na última década, pontuou. Segundo ele, algumas empresas têm criado a cultura de levar esse modo de agir para dentro dos escritórios:
— Isso é muito poderoso e pode mudar muito o jogo. E é precisar notar que ser um gestor que está disposto a fazer seus funcionários felizes não tem nada a ver com ser permissivo ou covarde. Na verdade, é ser justo e fazer o melhor pelas pessoas de acordo, também, com o que é melhor para o todo. A pandemia nos deu a oportunidade de acelerar vários processos, temos que abraçar a chance dada para que a gente imprima esse modo de pensar nas empresas.
Veja como foi a conversa
Michele também ressaltou a importância de os empregadores se mostrarem dispostos a ouvir a equipe e suas reclamações sobre as relações e a dinâmica de trabalho, especialmente neste momento pandêmico. Além disso, afirmou que é importante que as companhias preservem, desde que de maneira segura, locais de convivência entre os colaboradores.
— Dá para adaptar esses espaços. O distanciamento físico deve acontecer, mas o social não. Se as pessoas respeitarem o distanciamento, se for mantida a higiene frequente dos lugares e a ventilação deles for preservada, dá para manter esses espaços abertos — explica.
Veja 3 apontamentos de Márcio Fernandes para uma equipe mais feliz
Pertencimento
Ações positivas realizadas pela empresa, em parceria e pensada com os funcionários, provocam o sentimento de pertencimento. Para Fernandes, o protagonismo não deve ser do líder, mas de toda equipe:
— O funcionário deve visto por completo, não somente como um par de pernas e braços. Mas como uma pessoa que tem mente e coração. E isso precisa ser levado em conta para que ele se sinta encantado e motivado. Se o colaborador não encontra pontos de convergência com a empresa, ele vai esperar pelo salário no final do mês e você, empregador, ficará sempre para trás.
Planejamento estratégico
O fluxo de caixa é somente um reflexo de várias etapas anteriores, diz Fernandes:
— É preciso condicionar o planejamento com as pessoas da empresa e não exclusivamente com as demandas de mercado. É necessário tornar as pessoas donas daquilo e também ouvi-las.
Chefe não, facilitador
Por fim, Fernandes afirma que pessoas em altos cargos de liderança precisam separar um bom tempo para ouvir o maior número de funcionários possível. Suas reclamações, ideias, sugestões etc:
— Se você é o número 1 da sua empresa, precisa se dedicar a esta missão. Dá para fazer chamada de vídeo, falar pelo WhatsApp, entre outros. Porque o bom chefe, na verdade, é um facilitador. É aquela pessoa que tem está ali naquele sistema de hierarquia para inspirar os jovens a continuar estudando. Ele não tem pretensão de iluminar a si, mas o caminho dos outros.