“A vida eh uma constante revolução onde temos q adaptar nosso ser entre o mundo real e o mundo da imaginação escolher ql caminho seguir adiante pra não se perder em um mundo de alvareza entender sua real natureza somos todos luzes ofuscante cada um com seu brilho constante uns vão se perdendo pelo caminho outros ah outros já vão aumentando seu brilho onde gera a ira a raiva a inveja aos poucos vão se perdendo a nobreza a gentileza o amor pelo próximo...”
Jonatã Nunes Amarante, 31 anos, tem a pressa típica da internet. Abrevia palavras, prescinde de vírgulas ou pontos, tecla as sensações no celular em um jorro de um fôlego só. Autor dos versos acima, ele transita entre os dois universos descritos. Desbrava o mundo da imaginação como poeta, forjado nas madrugadas, sobre a cama da casa que ele próprio ajudou a construir, um puxadinho no terreno onde também moram os pais e os irmãos, no bairro Rio Branco, em Canoas.
No mundo real, Jonatã é coletor de lixo, funcionário de uma empresa contratada pela prefeitura da cidade da Região Metropolitana. O caminhão em que o gari atira os sacos de dejetos orgânicos percorre os bairros Mathias Velho e Niterói, a partir das 17h e noite adentro, seis dias por semana. Do trajeto total, o jovem de 1m72cm e 75 quilos estima cumprir a pé, correndo, cerca de 30 quilômetros – no restante do caminho, pendura-se na traseira do veículo, ao lado de outros dois colegas, aguardando a hora de saltar outra vez. É depois da estafante jornada e de dois pratos de comida – arroz com galinha, pastel ou massa com guisado, esta a preferida, porque “dá mais sustância” – que Jonatã pega o telefone para escrever sobre a vida que observa e sente. Atribuiu-se um título: poeta do asfalto.
Ou era correr atrás do caminhão, ou era correr da polícia.
JONATÃ NUNES AMARANTE
Gari e poeta
Jonatã se abastece de enredos de amor, saudade, solidão, desilusão, erotismo, tristeza. Escreve como desabafo e também encarna outros dramas, sob encomenda – amigos, colegas da limpeza urbana e fiéis da igreja que frequenta costumam lhe solicitar poesias por motivos diversos. Uns buscam alento para fases difíceis, outros querem embalar novas paixões, e há ainda os que tentam se reconciliar com a criatura amada após um rompimento. O canoense opera em sistema de pronta-entrega: recebe o pedido, questiona o interlocutor sobre a situação para ter de onde partir e, em até 90 minutos, envia o texto. Demora a dormir porque se inunda de ideias, “vêm pensamento atrás de pensamento”, começa a redigir e não consegue parar. Recebe elogios e incentivo para persistir no ofício. Alguns, emocionados, querem recompensá-lo financeiramente – certa vez lhe ofereceram a compra de créditos para recarga do celular, mas ele agradeceu e recusou, já que dispõe de conexão wi-fi.
– Faço tudo de coração – garante.
Fora as tarefas escolares, Jonatã começou a escrever por prazer aos 16 anos, em um caderno que já se perdeu. Não concluiu o Ensino Médio devido a um fato infelizmente comum, em especial nas comunidades de baixa renda: com a gravidez da namorada, decidiu largar os estudos e priorizar a busca de um emprego. Foi operador de máquina, empacotador e servente de pedreiro. Há uma década, dedica-se a recolher e esconder o que de pior e mais sujo se joga fora. O gari se ocupa do resto, do que julgamos não ter serventia, do que é atirado na lixeira com um arrepio de nojo e um esgar de náusea. Jonatã passa até oito horas diárias carregando nossas sobras – e, para a surpresa de muitos, adora o que faz.
A oportunidade surgiu por indicação de um conhecido. Apresentou-se ao fiscal, submeteu-se aos testes, foi aprovado. No primeiro dia de trabalho, ao se aproximar do caminhão, sentiu o que recorda como um forte odor de carniça. Vomitou.
– É normal – tranquilizaram-no.
Jonatã não sentiu vergonha do mal-estar logo na chegada, mas durante um ano remoeu a dúvida: aguentaria um serviço tão insalubre? A obrigação de pagar a pensão do filho, hoje com 11 anos, empurrava-o para cada novo turno.
– Ou era correr atrás do caminhão, ou era correr da polícia – conformou-se.
Mas Jonatã começou a gostar da função. Estabeleceu laços de confiança e amizade, não tinha um chefe no cangote o tempo inteiro, lidava com o povo – o que tem um lado bom, outro ruim, explica ele. Gratificante é ter a tarefa reconhecida, ser saudado pelo caminho. Há quem espere a passagem do veículo com uma garrafa pet litrão de água ou suco para aliviar o calor dos rapazes de roupa ensopada, colada ao corpo. A bebida é motivo para um breve descanso e bate-papo.
– O melhor são as crianças. Elas ficam na janela e no portão abanando: “Ô tio! Ô tio!”. Não tem nada mais gratificante do que o reconhecimento de uma criança, que é um ser puro, especial – conta ele, que em dezembro recebeu presente de Natal de uma menina que ficou acordada até mais tarde apenas para esperar pelos garis.
Por outro lado, há de se lidar também com a rudeza. Quando o caminhão obstrui uma rua, trafegando devagar para que os coletores tenham tempo de recolher o entulho, motoristas enterram a mão na buzina e exigem passagem. Às vezes, disparam ofensas, em especial às sextas-feiras, quando, segundo Jonatã, “tomam um gole”, que se soma ao cansaço acumulado da semana.
– Vocês estão atrapalhando o trânsito! Estão me atrasando! – grita um condutor.
Jonatã pede paciência:
– Estamos trabalhando. Você tá indo para casa descansar, eu não.
A falta de reconhecimento e o preconceito magoam o coletor.
– Pessoas de fora têm uma visão, “são um bando de drogados, ex-presidiários”, só que elas não sabem que ali tem pai de família, gente lutando por objetivos, que tá trabalhando para entrar em faculdade. A população vê muito mascarados os lixeiros – lamenta ele, que planeja frequentar a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
As rusgas também serviram de inspiração: “(...) Não venha tentar me difamar me xingando de lixeiro vagabundo sujo, imundo ou bando de relaxado q vivem drogado uuuuu por trás desses q vcs oprimem tem um bom sujeito e não um vagabundo se servir de consolo somos todos vagabundos trabalhadores então não venha me faltar com respeito só pq não correspondemos sua classe social pode ter certeza q não somos atores e nem cantores muito menos jogadores somos humildes coletores conhecido como poetas do asfalto a cada correria uma poesia composta diferente uma trilha sonora q mexe com a gente Dia após dia sempre ali na correria contra sol e chuva mais sempre vigiado por Deus riscando o asfalto cortando um dobrado sempre ali na luta sempre na atividade desviando de tempestade sem k.o pra maldade vencendo nosso dia após dia na honestidade sem perder a humildade somos todos vagabundos trabalhadores...”.
No princípio, Jonatã virou alvo de zombaria – “Escrever é coisa de veadinho”, ouvia. Entre pausas e retomadas, renovou o ânimo pela escrita nos últimos anos. Costuma divulgar seus versos no Instagram e no Facebook, plataformas em que alcançam modestíssima repercussão: o máximo de sucesso que um post seu atingiu, pelo que lembra, foram parcas 17 curtidas. Nem linhas mais ousadas, somadas à dor da frustração amorosa, angariaram reconhecimento maior: “Mó decepção fui tentar encontrar em outros corpos o sabor do seu mais não era o mesmo jeito de amar e nem de sentir muito menos no valor dos carinhos e atenção a falta de compreensão só vinha a inflamar as feridas do coração sem o calor dos sentimentos só sofrendo por dentro a cada batimento sem o consentimento do seu amor só tentando amenizar aquela dor de não te ter por perto...”. Performance: 10 curtidas. Mas ele não desiste: “Com o que concluíram improvável / Completei poesia / E o que calcularam impossível / Foi a meta do dia...”.
Marcos Rogério Vahl do Amaral, 50 anos, conhece Jonatã desde quando o gari era “piazinho”. Com endereços próximos, as famílias de ambos estabeleceram vínculos. Pela internet, o auxiliar administrativo acompanha a produção textual do poeta. Surpreendeu-se: o garoto criado em uma área que define como “hostil”, pela presença de pontos de tráfico, seguiu em linha reta, graças, acredita, ao pulso firme dos pais, a dona de casa Roseli Nunes dos Santos, 50, e o pedreiro Antônio Rafael Gonçalves Motta, 55.
Não sei o que vai ser daqui para a frente. É um garoto de família sofrida, a poesia talvez seja um bálsamo na alma dele. Sabe aqueles diamantes que falta lapidar?
MARCOS ROGÉRIO VAHL DO AMARAL
Amigo de Jonatã
– Me chamou a atenção que ele escrevia coisas bonitas. A escrita dele é um pouco complicada por causa da pontuação. Até brinquei: estilo José Saramago – diz Amaral, referindo-se ao Nobel de Literatura português.
Eclético amante dos livros, o auxiliar administrativo pensou que o jovem pudesse, talvez, estar reproduzindo textos de outros autores. Abordou-o para conferir:
– De onde você tira isso?
Jonatã:
– Tiro da minha cabeça.
Amaral passou a incentivá-lo e prometeu lhe repassar uns livros.
– Não sei o que vai ser daqui para a frente. É um garoto de família sofrida, a poesia talvez seja um bálsamo na alma dele – reflete Amaral. – Sabe aqueles diamantes que falta lapidar?
A pedido de GaúchaZH, o psicanalista e escritor Celso Gutfreind, 37 livros publicados – poesias, infantojuvenis e ensaios –, aceitou ler quatro dezenas de textos de Jonatã. De pronto, Gutfreind agradeceu pelo envio “dessas preciosidades neste mundo que tanto precisa delas”. Julgou os poemas como muito bons.
– Meu argumento principal seria o de que me emocionam, e uma poesia que faz isso, segundo (o poeta russo) Maiakovski (que, há muito tempo, me convenceu), teve a coragem de juntar certas palavras pela primeira vez, tornando-se capaz de nos tirar de uma mesmice emocional. Não sei se alguma arte precisa mais do que isso, mas tal efeito está presente na poesia dele – avalia o autor. – Também impressiona a qualidade com que mescla a poesia e a prosa, deixando-se levar por um fluxo de consciência, há muito utilizado na tradição de nossa poesia ocidental, de Joyce a Ana Cristina Cesar, mas o fazendo a seu modo. Se o seu modo, seguidas vezes, é coloquial ou feito com um vocabulário mais limitado, as portas para essa poética estão abertas desde os anos 20 do século passado e legitimadas, mais ainda, por um crescente apagamento entre os gêneros literários e as fronteiras entre o erudito e o popular. No caso de Jonatã, quando uma gramática própria toma conta de uma gramática culta ou formal, a ponto de algum desavisado encaixar essa poesia na gaveta do popular, ela própria vem e nos surpreende: “Ela parece um recital de Shakespeare... / Ela é tão linda que parece a última obra-prima de Da Vinci”.
A sua poesia é autêntica, verdadeira e, sobretudo, lúcida, de um poeta, como dizia (o escritor gaúcho) Paulo Hecker Filho, que, antes de fazer a sua poesia, aprendeu a viver. Poesia que faz valer sua história de alguém salvo pela poesia e que, através dela, já pode transitar em todo o mundo, catando, como qualquer artista verdadeiro, o ouro do lixo.
CELSO GUTFREIND
Psicanalista e escritor
Se em um concurso estivesse, como membro do júri, Gutfreind afirma que concederia a Jonatã, no mínimo, uma menção honrosa.
– Como editor, eu recomendaria a sua edição e, como poeta mais experiente, eu o estimularia a continuar escrevendo para melhorar, cada vez mais, uma poesia sempre melhorável na busca de suas imagens mais precisas e seus ritmos mais artesanais. Para que todos os seus versos alcancem, um dia, o nível de “Você fez de meu coração apenas mais uma atração turística...” ou “são muitas expressões poucas compreensões”. Outra do mais alto patamar e de que gosto muito é “um ambulante de agonias” – comenta. – A sua poesia é autêntica, verdadeira e, sobretudo, lúcida, de um poeta, como dizia (o escritor gaúcho) Paulo Hecker Filho, que, antes de fazer a sua poesia, aprendeu a viver. Poesia que faz valer sua história de alguém salvo pela poesia e que, através dela, já pode transitar em todo o mundo, catando, como qualquer artista verdadeiro, o ouro do lixo – acrescenta.
Fala, agora, o Gutfreind terapeuta:
– Escrever significa encontrar palavras, organizá-las para poder expressar o que sentimos e, do ponto de vista psicológico, não haveria saúde maior do que essa. Conseguir expressar as emoções, com a arte, de forma geral e, com a escrita em particular, é o que de mais precioso pode haver numa saúde mental. Sabemos que a arte e a literatura (Freud, Nietzsche) representam a cura maior para os limites de nossa realidade, seja qual for. Podemos ser esmagados por esses limites e frustrações (adoecer) ou encontrar saídas saudáveis, compostas de espaços lúdicos, imaginação, fantasia, arte, enfim. O Jonatã, escrevendo, dribla a parte opressora e terrível do seu trabalho e, talvez por isso, consiga ser feliz com o que faz. Ninguém consegue se sentir bem só fazendo, precisa também expressar, refazer por dentro, transcender, daí a arte.
Quando ele sai eu dou uma rezada, quando ele volta eu dou uma rezada.
ROSELI NUNES DOS SANTOS
Mãe de Jonatã
No Facebook de Jonatã, multiplicam-se selfies e fotos em família, reunida em churrascos de fim de semana. Colore a mão direita do gari uma grande flor – pelo que ele pesquisou na internet, a imagem representa “amor de mãe”. Roseli elogia os dotes culinários do filho do meio, confidencia que ele “deu um pouquinho de problema com as namoradas”, mas, em resumo, é “só orgulho”. Ela acha perigosa a atividade de gari, relembrando que, há pouco, um colega de Jonatã sofreu um atropelamento.
– Quando ele sai eu dou uma rezada, quando ele volta eu dou uma rezada – conta Roseli.
Em meio aos resíduos orgânicos, os moradores também deixam nas calçadas objetos em bom estado que não querem mais. No corre-corre, Jonatã acondiciona, em um vão do caminhão, o que pode ter utilidade. Quando tem um minutinho, analisa melhor. Além de rádios de carro, ventilador, videogame, computador e celular, pinçou 45 livros que agora formam uma incipiente biblioteca em sua estante. Tem títulos de Esopo, Joaquim Manuel de Macedo, Jack Kerouac, Zíbia Gasparetto, John Green, Edir Macedo, Moacyr Scliar. O poeta se impôs o desafio de ler mais para escrever melhor.
Não procuro fama. Só queria que as pessoas se identificassem com o que escrevo. Sabe quando você se sente um passarinho preso na gaiola e, quando se liberta, vai aos céus voando? Assim que eu me sinto.
JONATÃ NUNES AMARANTE
Gari e poeta
Como escritor, o desejo de Jonatã é que mais gente pudesse apreciar o que ele produz. Gostaria de publicar uma coletânea de poesias, mas sonha, por enquanto, com algo mais singelo. Questionou a repórter como se chamam os eventos em que um autor declama suas poesias para a plateia.
– Isso! Recital, sarau. Eu gostaria de participar de um recital – revela.
Retraído, confessa que, por nervosismo, talvez enfrentasse dificuldade para falar em público.
– Não procuro fama. Só queria que as pessoas se identificassem com o que escrevo. Sabe quando você se sente um passarinho preso na gaiola e, quando se liberta, vai aos céus voando? Assim que eu me sinto.
Enquanto reúne coragem e aguarda um convite, Jonatã se apresenta, em busca de possíveis admiradores, nas páginas desta reportagem e no vídeo que a complementa, disponível em GaúchaZH. “Absorvo o que é bom, absorvo o que é ruim sim / Mas filtro o que serve pra mim / Surtos que veem e vão, frutos da imaginação / Lúcido louco, artista ou poeta? / Deixo pra visão de quem me interpreta...????????”
Três poemas de Jonatã
“Vc fez de meu coração apenas mais uma atração turística onde usou e abusou de suas intenções onde convivemos com momentos mal resolvidos de dilemas mal compreendidos achei q seria minha alma gêmea mais só nos vimos presos nas algemas de uma relação sem expressão sei não se era certo ou não a gente se envolver até tentamos nos entregar chegamos até arriscar algumas declarações q só fez mal pro nossos corações...
vc fez de meu coração apenas mais uma atração turística onde usou e abusou de suas intenções sei não se foi apenas mais um sonho ou não mais foi tudo tão estrondo onde nos acordamos de um pesadelo acabamos expondo nossos medos nos esquivando dos nossos segredos e vc recompondo suas intenções linha sobre linha e eu me decompondo em lágrimas dias após dias vc fez de meu coração apenas mais uma atração turística onde me envolvi e cai sobre suas armadilhas...”
“As vezes só eh preciso esvaziar a mente ficar em silêncio sentir a brisa bater sei lá, as vezes eh mais fácil se calar do q ficar batendo na mesma tecla palavras mal ditas acertam mais q um tiro na hora da ira os sentimentos se mesclam entre chorar por amor sorrir com dor se trancar se calar chorar pra se aliviar limpar a alma sei lá, muitos tentam mais poucos sabem como lidar são muitas expressões poucas compreensões tantos se expõem poucos se impõem são muitos corações se decompondo num mundo de mera ilusão são poucos se recompondo no caminho da compaixão sei lá, eh muito blá blá blá sem solução eh muito bafa fa fa sem compreensão palavras mal ditas são tipo holyfield te nocauteia sem limite por mais q se esquive sempre há uma palavra q lhe atinge a beira de um precipício só vejo serpentes nos perseguindo são muitos tapinhas nas costas eh muito abraços falsos na sua presença se comportam pelas suas costas te detonam as vezes só eh preciso esvaziar a mente ficar em silêncio sentir a brisa bater sei lá, deixar o vento carregar os mal olhado nessa caminhada a inveja te rodeia lado a lado...”
“Ela eh a última dama q vc não pode ter...
Ela eh a última rosa q vc não pode colher...
Ela tem um amor q vc não pode conter...
Sua voz soa tão linda como a última missa da manhã ao tom de Frank Sinatra ela és tão doce como pôr do sol...
Ela eh tão bela ao soar da meia noite ela se sente a Cinderella...
Ela eh tão bela se vc não tiver uma boa prosa vc não conquista o coração dela...
Ela parece um recital de Shakespeare...
Ela parece uma canção de Djavan...
Ela eh tão linda q parece a última obra prima de Da Vinci...
Ela tem um coração tão doce q se descreve em poesia...
Ela fala de amor de uma forma q contagia entre versos e rimas parece até nostalgia tudo nela eh tão perfeito que parece magia nem nos meus melhores sonhos eu a imaginaria...”