A chegada de um filho pode ser uma grande alegria, capaz de consolidar ou aumentar uma família. É claro que, além do contentamento, os pais também recebem muitos desafios e responsabilidades. Com filhos adotivos, não é muito diferente, mas há algumas particularidades: como contar para a criança sobre sua origem? E se o filho que chegar não for uma criança, mas um adolescente? E se não for apenas um adolescente, mas três, com diferentes idades?
Essas e muitas outras perguntas foram respondidas pelos entrevistados de Ana Amélia Macedo e Solange Diuna, autoras da série de livros Histórias de Adoção, que já conta com dois volumes – um dedicado aos pais, outro, às mães. Do Rio, elas vêm nesta sexta-feira a Porto Alegre, onde estarão, às 19h, na Livraria Baleia, para sessão de autógrafos, bate-papo e exibição do curta-metragem Buscando Helena, dirigido por Ana Amélia e o marido, Roberto Berliner, sobre o processo de adoção da filha mais jovem, hoje com 15 anos – eles também são pais adotivos de Antônio, com 18.
A ideia do primeiro livro, publicado originalmente em 2010, nasceu a partir do contato de Ana Amélia com a psicóloga e perita judicial Solange Diuna, que então coordenava o grupo de apoio à adoção frequentado por ela.
Algo absolutamente comum a todos os entrevistados, fossem homens ou mulheres, foi o fato de não gostarem dessa capa de magnitude com que muitas pessoas que não entendem do assunto os revestem, como se fosse uma caridade ou alguma coisa muito fora do normal realizar uma adoção.
ANA AMÉLIA MACEDO
Escritora
— Morávamos em bairros vizinhos e voltávamos das reuniões do grupo de carona uma com a outra, sempre comentando as histórias que tínhamos ouvido. Uma dia, a Solange falou que ficava com a maior vontade de escrever um livro sobre isso. Sou formada em Jornalismo e, na época, estava trabalhando com moda. Achei que poderia tentar — conta Ana Amélia. — Resolvemos entrevistar pais e mães, mas notamos que havia uma quantidade muito maior de mulheres nos grupos e eventos. Então decidimos lançar primeiro um volume só com relatos de mulheres, e, mais tarde, com os homens.
Ao todos, os dois volumes contam com 26 relatos, com perfis variados de famílias retratadas. Há histórias de casais héteros e homoafetivos, assim como de pais e mães solo. Além disso, houve cidade em escolher núcleos familiares grandes e pequenos, bem como ouvir pais de crianças com necessidades especiais.
Apesar da variedade, há características que se repetiam em todas as pessoas ouvidas, como observa Ana Amélia:
— Algo absolutamente comum a todos os entrevistados, fossem homens ou mulheres, foi o fato de não gostarem dessa capa de magnitude com que muitas pessoas que não entendem do assunto os revestem, como se fosse uma caridade ou alguma coisa muito fora do normal realizar uma adoção.
Em 2016, Histórias de Adoção se tornou uma série de televisão, com duas temporadas exibidas no canal GNT, sob direção de Roberto Berliner. Nos episódios, alguns dos entrevistados do livro voltam a aparecer, mas há também personagens novos. O sucesso televisivo impulsionou o segundo volume impresso, com os relatos dos pais, lançado em 2017. Atualmente, as autoras trabalham em uma terceira edição com entrevistas de filhos adotivos.
Não perca o evento!
- Histórias de Adoção – As Mães e Os Pais
- De Ana Amélia Macedo e Solange Diuna
- Sessão de autógrafos e bate-papo em 13 de setembro, às 19h, na Livraria Baleia (Rua Fernando Machado, 85), em Porto Alegre