A polêmica sobre a decisão de abater cerca de 300 animais do Pampas Safari, em Gravataí, por conta de tuberculose segue em foco para os gaúchos. Na quinta-feira (24), o fotógrafo Jefferson Botega sobrevoou a área de 320 hectares (o parque está fechado desde o ano passado) para tentar desvendar algo da caixa-preta em que o Pampas se transformou.
Zero Hora pediu que o professor Eduardo Eizirik, da Faculdade de Biociências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), avaliasse as imagens capturadas – que podem representar apenas alguns dos animais e espécies que estão no parque. Ele examinou as fotos e comparou com o acervo que o próprio Pampas afirmava ter, em seu site, para explicar de quais espécies se tratam.
Eizirik ressalta que, apenas a partir das imagens, nem sempre é possível afirmar com certeza de que animais se trata – pode ser difícil distinguir entre cervos-dama e cervos-vermelho ou entre emas e avestruzes, por exemplo. A princípio, ele identificou que há no parque neste momento cervos-vermelhos, cervos-dama, capivaras, avestruzes, macaco-prego, ratões-do-banhado, camelos, emas, flamingos e cisnes-negros.
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Sete perguntas e respostas sobre o Pampas Safari
Nesta terça-feira (29), a Promotoria de Justiça de Defesa Comunitária de Gravataí informou ter instaurado um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades no Pampas Safari.
– As informações são contraditórias sobre o surto de tuberculose entre os animais do parque, uma vez que foi constatado que o local onde estão os cervos é protegido por telas e alguns depoimentos indicam que os animais não estariam infectados. Por isso, iremos verificar essas informações – explicou a promotora de Justiça Carolina Barth Loureiro Ingracio.
Por enquanto, uma liminar proíbe que outros animais sejam sacrificados.