A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) iniciou os chamamentos para preencher vagas do curso de Medicina provenientes do cancelamento das matrículas dos estudantes denunciados por fraude no sistema de cotas raciais no final de 2016.
O processo de chamamento dos novos alunos começou dia 20 de abril. Segundo a universidade, as vagas são preenchidas por candidatos que ficaram como suplentes em cada um dos processos seletivos cujos ingressantes tiveram a matrícula cancelada, observada a ordem de classificação em cada categoria de cotas.
A previsão da UFPel, é de que, das 15 vagas disponíveis, oito sejam preenchidas ainda no primeiro semestre deste ano - para o qual foram priorizados os editais de convocação mais antigos, dos anos de 2014 e 2015 - e sete no segundo semestre de 2017.
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A convocação para matrícula foi feita diretamente pelo reitor Pedro Curi Hallal, por meio de correio eletrônico e ligações telefônicas. A matrícula dos novos alunos estará condicionada à verificação de suas autodeclarações pela Comissão de Controle na Identificação do Componente Étnico-Racial (CCICE).
A denúncia que colocou em dúvida a veracidade da autodeclaração de raça dos então cotistas, e que levou à criação de uma comissão, foi protocolada pelo Setorial de Negros e Negras da UFPel junto à reitoria da universidade em agosto do ano passado. Um grupo formado por 12 pessoas, entre professores da UFPel e vinculadas ao Movimento Negro, passou a avaliar as declarações dos 31 alunos denunciados e as compararam, a pedido do Ministério Público (MP), com características fenotípicas de cada um deles. No total, 26 alunos foram afastados.
Todos os estudantes cujas matrículas foram canceladas pela UFPel ingressaram na Justiça, com o objetivo de restabelecer o vínculo com a instituição. Destes, 11 obtiveram tutela provisória que determinou que a universidade os mantenha matriculados durante a tramitação dos processos. A defesa da UFPel é feita pela Advocacia-Geral da União (AGU).