Pesquisadores descobriram um anticorpo que neutraliza as três principais cepas do vírus do ebola, ao analisar o sangue de um sobrevivente da última epidemia na África Ocidental.
Essa descoberta, publicada nesta quinta-feira na revista americana Cell, poderia abrir a via para os primeiros antivirais e vacinas de amplo espectro contra a infecção, que tem altas taxas de mortalidade e para a qual ainda não existem tratamentos no mercado.
A maior parte dos antivirais existentes na atualidade são eficazes apenas contra uma cepa do ebola. Por exemplo, o mais avançado até o momento, o ZMappTM, é eficiente com a cepa Zaire, mas não contra as do Sudão e de Bundibugyo.
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"Nossa descoberta é um passo importante para alcançar nosso objetivo" de conseguir um tratamento capaz de cuidar ou prevenir uma infecção contra todas as cepas conhecidas do ebola, considerou Kartik Chandran, professor de Imunologia na faculdade de Medicina Albert Einstein de Nova York e um dos principais autores do estudo.
Os pesquisadores puderam determinar que, dos 349 anticorpos isolados no sangue de um sobrevivente da infecção, dois podiam bloquear todas as cepas conhecidas do vírus do ebola nos cultivos de tecidos humanos no laboratório.
Os dois anticorpos em questão protegeram ratos e furões que foram expostos a doses mortais das três principais cepas da doença.
Isso permitiu criar um coquetel desses anticorpos que atualmente é testado em animais de maior tamanho, assim como um possível uso para tratar pessoas infectadas.
Os pesquisadores também descobriram genes nos humanos que, provavelmente, estejam na origem das células imunizadoras que produzem esses dois anticorpos.
Entre 2013 e 2016, 11 mil pessoas das 29 mil infectadas morreram na maior epidemia de ebola, na África Ocidental.