Ricardo Antunes Sessegolo, Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-RS), afirma que os condomínios de luxo devem seguir em expansão nas praias gaúchas por causa da segurança.
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Nas duas últimas décadas, vimos a expansão dos condomínios fechados no Litoral. Qual a tendência para os próximos anos?
O fator segurança, que é o que motivou as pessoas a comprarem casas em condomínios, continua sendo um problema. Além disso, elas seguem buscando a infraestrutura, os cuidados, a manutenção das ruas e demais questões que ficam a cargo do setor privado e não público. Então, a tendência é de continuidade dessa expansão.
Ainda há mercado nesse segmento?
Sim, existe um público com perfil semelhante ao que já está dentro dos condomínios. Temos observado, inclusive, que muita gente está vindo de outras praias, como Imbé e Tramandaí, para Xangri-lá, pelo conforto que esses empreendimentos podem proporcionar.
De que forma a crise econômica do país tem afetado o segmento?
Reduziu a velocidade e a quantidade de lançamentos. Isso é algo que se sente em todos os segmentos (da construção civil). Mas, como ainda há mercado, ainda temos lançamentos ocorrendo.
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Quais são as exigências dos compradores para fazer esse tipo de investimento?
As pessoas buscam infraestrutura, segurança e baixo custo condominial. Então, a tendência é de que os empreendimentos sejam construídos com muitos lotes, para que a taxa do condomínio seja mais baixa.
Uma das características da maioria dos condomínios litorâneos é o fato de ficarem longe do mar. Isso é resultado da preferência dos clientes ou de restrições ambientais?
Existem algumas restrições ambientais, mas isso se dá principalmente pela falta de áreas junto ao mar. Quando se lançou o primeiro condomínio de lotes, que fica próximo à Estrada do Mar, muitos acreditavam que a ideia não iria vingar. Mas aí as pessoas começaram a construir casas modernas, e isso foi atraindo outras pessoas.
A moda pode se alastrar para outras áreas turísticas do Estado, como a Serra?
Para outras praias, sim, mas, para outras regiões do Estado, acredito que não. A Serra tem outro conceito, é um local com outros tipos de atrações, onde normalmente as pessoas permanecem períodos mais curtos. A praia é um lugar onde as pessoas vêm para passar mais tempo, pois o verão em Porto Alegre, por exemplo, é muito quente. As pessoas buscam na praia uma segunda casa.