Na tarde deste sábado, a RBS TV recebeu os estudantes das escolas públicas finalistas do jogo Logus – A saga do conhecimento – um game que propunha aos alunos que, ao longo de seis meses, eles se envolvessem nos problemas de suas instituições de ensino e comunidades na busca por soluções coletivas. Doze desafios depois, foram 13 as equipes que completaram cada uma das etapas da saga e participaram do evento de encerramento, comandado pela vlogger Ana de Cesaro e pelo DJ Paulo Leitão, acompanhados por artistas do Teatro Mototóti. A grande campeã foi a Escola Municipal Fermino Ferronato, de Caxias do Sul, que ficou em primeiro lugar e levou um prêmio de R$ 5 mil. A Escola Municipal Tiradentes, de Flores da Cunha, e a Escola Estadual Plácido de Castro, de Relvado, conquistaram o segundo e o terceiro lugar, recebendo respectivamente R$ 3 mil e R$ 2 mil.
Nos momentos finais da premiação, que durou cerca de duas horas, foi difícil controlar a animação dos estudantes: os jovens transformaram o estúdio em uma festa de comemoração pelo encerramento da trajetória e encheram o ambiente de cartazes, escudos e pompons enquanto respondiam às 12 perguntas da última tarefa. Iniciativa da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho e do Grupo RBS, Logus envolveu mais de 3.700 alunos de 217 escolas em 118 cidades do Rio Grande do Sul. A missão dos "Ativados", como são chamados os participantes, era completar desafios que ajudassem a combater Nulis, o vírus do desinteresse e grande inimigo do conhecimento. Na primeira versão do jogo, em 2015, o Game Master veio do futuro – mais precisamente, de 2087 – para convocar a ajuda dos jovens. Em 2016, já em sua segunda edição, o vírus infectou a internet e os Ativados precisaram impedir seu nascimento, salvando as próximas décadas da humanidade. Ao longo do projeto, que se desenvolveu durante seis meses, cada etapa exigia o desenvolvimento de questões ligadas a diferentes áreas do conhecimento, com foco na preservação ambiental.
– O que faz a diferença é a gente ver o brilho no olhar dos nossos adolescentes. Poder acreditar que a educação ainda tem um sentido e que, acreditando nisso e nos jovens que a gente tem, a gente pode realmente transformar o mundo – comemorou Letícia Lionello de Azevedo, coordenadora pedagógica da escola campeã e responsável por incentivar a participação da Escola Municipal Firmino Ferronatto.
A gerente-executiva da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, Lucia Ritzel, destaca a importância da iniciativa em um momento tão precário para a educação, especialmente ao envolver instituições públicas de ensino:
– É muito motivador ver a participação das escolas. Nós sempre vemos indicadores ruins em relação à educação dos nossos jovens, e a gente como projeto Logus consegue ver um outro lado: estudantes, professores e comunidade engajados em fazer a escola melhor, o dia-a-dia melhor, com uma participação individual e atuando coletivamente – reforçou.
Ao final da tarde, mesmo os alunos de escolas que não subiram ao pódio comemoraram a derrota do vilão Nulis. Tristan Cacequi, aluno do 9º ano e líder equipe vencedora, destacou como momento mais desafiador quando os 46 alunos da Escola Firmino Ferronatto precisaram resolver um problema real do colégio, na missão final. Ao identificarem a falta de espaço do local, resolveram construir um armazém para expandir a cozinha escolar e depositar alimentos, além de criar uma composteira que, com as sobras das refeições, vira adubo para a horta construída pelos estudantes. O dinheiro do prêmio vai ser destinado a melhorias na biblioteca, e Tristan explica a escolha:
– No jogo, nós combatemos o desinteresse, não é mesmo? E o que mais motiva as pessoas do que o ler? Nossa biblioteca está carente de livros novos, realmente, então vamos investir nela para que todos possam batalhar contra Nulis e o desinteresse. A saga de Logus nos juntou, como uma família. Acabou unindo todo mundo. Quero contar para todo mundo e sair gritando: "Nós ganhamos o Logus 2016!".