Os trabalhadores dos Correios no Rio Grande do Sul estão em greve a partir desta quinta-feira. A decisão tomada durante a noite de ontem, em assembleia realizada na Igreja Pompéia, em Porto Alegre, deve afetar todo o Estado. Além disso, servidores da categoria de Estados como Santa Catarina, Minas Gerais, Ceará, Piauí e Sergipe também aderiram à paralisação. Conforme os Correios, 25 dos 36 sindicatos da categoria aprovaram a proposta da empresa e decidiram pela não paralisação das atividades.
Segundo a empresa, 114.667 empregados não aderiram à paralisação nesta quinta-feira – o que equivale a 98,6% do efetivo no país. No Rio Grande do Sul, 94,2% dos empregados – 7.477 – estão trabalhando normalmente.
O acordo deve ser assinado pelos sindicatos no início da próxima semana. Entre as principais cláusulas, estão o reajuste de 9%, a ser concedido nos percentuais de 6%, em agosto de 2016, e 3%, em fevereiro de 2017 e a manutenção das demais cláusulas do ACT 2015/2016, inclusive a que trata do plano de saúde.
O Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul (Sintect-RS) reivindica, principalmente, o reajuste salarial, manutenção do plano de saúde e a contratação por concurso público.
As agências do Estado seguem abertas, realizando atendimento à população. Serviços bancários, nas unidades que contam com Banco Postal, continuam sendo realizados. Estão suspensos, temporariamente, os serviços de entrega com hora marcada, como SEDEX Hoje, SEDEX 10 e SEDEX 12.
Os sindicatos que aceitaram a proposta são: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Tocantins, além das cidades de Santos (SP), Bauru (SP), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Juiz de Fora (MG), Uberaba (MG) e região metropolitana de São Paulo. Outros quatro rejeitaram, mas não entraram em greve: os sindicatos da Paraíba e dos municípios de Santa Maria (RS), São José do Rio Preto (SP) e Vale do Paraíba (SP).
O movimento dos trabalhadores deve atingir, principalmente,a parte das entregas de cartas e encomendas, mas ainda não há reflexos para a população. Com a paralisação, os consumidores que recebem faturas por correspondência devem ficar alertas: o não recebimento do boleto não isenta o cliente de efetuar o pagamento.
Confira dicas do Procon:
- O atraso no recebimento de contas não isenta o consumidor de pagar juros, caso a conta esteja vencida. Os consumidores têm o dever de saber o dia do vencimento de suas contas e procurar uma forma alternativa de acesso às faturas, se elas não chegarem a tempo. É preciso entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa emissora da conta e solicitar o código de barras para pagamento por SMS, ou consultar na internet. A empresa cobradora tem o dever de garantir essas opções ao consumidor.
- Caso os serviços contratados diretamente com os Correios, como o Sedex 10 e a carta registrada, não cheguem no prazo determinado, o consumidor tem direito ao ressarcimento. É possível cobrar a diferença do preço do serviço com a entrega normal. Caso o valor não seja devolvido, os consumidores podem procurar o Procon.
- No caso de produtos comprados de outras empresas, em que os Correios atuam apenas como intermediário, é dever do vendedor garantir a entrega no prazo anunciado. Esse serviço pode ser feito por meio de transportadoras particulares, por exemplo. Caso o produto não tenha sido entregue no prazo, o consumidor pode cancelar a compra, entrando em contato com o setor de atendimento da empresa que fez a venda.