Mesmo com a variação no preço do leite, muitas pessoas não deixaram de consumir o alimento, presente no dia a dia da maioria das famílias. Alguns optaram por diminuir a quantidade no consumo, outros apenas substituíram o tipo de leite para pagar um preço mais em conta.
O leite e seus derivados constituem um grupo de alimentos de grande valor nutricional, são fonte de proteína, vitaminas e minerais. Segundo o Ministério da Saúde, a recomendação diária de leite ou equivalente na forma de derivados, para crianças de até dez anos, é de 400 ml por dia. Para adolescentes de 11 a 19 anos, o consumo seria de 700 ml/dia e para adultos acima de 20 anos e idosos a recomendação diária é de 600 ml.
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Nos supermercados, a gente se depara com vários tipos: integral, semidesnatado, desnatado, e os tradicionais A, B e C. Os preços variam um pouco e geralmente são vendidos por litro. Mas qual é a diferença entre eles? A professora do curso de Nutrição da UniRitter Karla Suzana Moresco explica o diferencial para você saber exatamente o que está consumindo.
Produção e qualidade
Leite tipo A: não sofre contato manual, pois a retirada do produto é feita por meio de ordenha mecânica, em circuito fechado. O estábulo tem alto padrão de higiene e o leite segue através de uma tubulação para o resfriamento e a pasteurização, sendo envasado no próprio estabelecimento. Esse leite pode ser integral, semidesnatado ou desnatado.
Leite tipo B: é ordenhado de vacas com controle veterinário e a ordenha, tanto manual quanto mecânica, é feita em estábulos com piso de concreto e paredes de azulejos. O produto é pasteurizado e resfriado imediatamente após a coleta, seguindo para os laticínios. O leite pode ser integral, semidesnatado ou desnatado.
Leite tipo C: proveniente de rebanhos onde os animais não recebem regularmente controle veterinário. A ordenha é manual, feita em estábulos rústicos. O leite é resfriado e pode permanecer pelo período máximo de 24h no estabelecimento, seguindo para os laticínios.
Os três tipos de leite variam também quanto ao grau de pureza, que é crescente do C ao A. O tipo C pode ter até um máximo de 150 mil UFC (unidade formadora de colônias de bactérias) e cinco coliformes por ml. O leite tipo B tem um máximo de 40 mil UFC e dois coliformes por ml. Para o A, os padrões são 10 mil UFC e nenhum coliforme por ml. Os três tipos devem ser isentos de coliformes fecais, porque estes são nocivos.
Caixa ou saquinho?
A diferença entre o leite comercializado em sacos plásticos e o em caixa, conhecidos popularmente como "leite de saquinho" e "leite de caixinha", está no processo térmico utilizado para conservação e não na origem.
Leite cru refrigerado: é o ordenhado que não passou por nenhum processo térmico que deve ser mantido sob refrigeração.
Leite Pasteurizado: foi aquecido a 65ºC por 30 minutos ou a 75°C durante 15 a 20 segundos, com o objetivo de eliminar apenas bactérias patogênicas, que causam doenças como a tuberculose, a lepra e o tétano. É comercializado em embalagens plásticas e deve ser mantido sob refrigeração.
Leite UHT (Ultra Hight Temperature): foi esterilizado a 140°C durante quatro segundos, o que elimina todas as possíveis bactérias do produto. Também conhecido como leite longa vida, este nome se justifica pelo fato de que a embalagem (caixa) é hermeticamente fechada, impedindo a proliferação de micro-organismos. Por isso, o leite pode ficar fora da geladeira até ser consumido. Esse pode ser adquirido na forma integral, desnatada ou semidesnatada.
Leite em pó: produto obtido por desidratação (retirada de água) do leite de vaca integral, desnatado ou semidesnatado. É importante lembrar que, ao desidratar o leite, ocorrerá uma concentração maior dos demais nutrientes: proteína, gordura, vitaminas e minerais. Por isso, o leite em pó é bastante utilizado na preparação de vitaminas, quando se tem maior necessidade de consumo de proteína. Mas vale salientar que ele deve ser consumido com moderação em função do valor calórico. Para obter o equivalente a um copo de leite in natura (200ml), deve-se misturar apenas duas colheres de sopa de leite em pó.
Benefícios
– Permite suprir 70% das necessidades diárias de cálcio, nutriente fundamental para a formação e a manutenção da estrutura óssea, entre outras funções no organismo.
– A proteína do leite, a caseína, que corresponde a 30% de sua composição e é considerada de alto valor biológico, contém todos os aminoácidos essenciais necessários para o crescimento e manutenção dos tecidos do organismo.
– O leite também contêm ácidos graxos, essenciais ao organismo que atuam na absorção das vitaminas A, D, E e K.
– Os minerais encontrados no leite, que representam de 8 a 10% da composição, especialmente o cálcio e o fósforo, são essenciais para a estrutura dos ossos e dentes de pessoas de todas as idades. Pesquisas apontam que um consumo adequado de cálcio na infância e adolescência é essencial para ter ossos saudáveis ao longo da vida.
– Entre as vitaminas, em maior quantidade, encontra-se a vitamina A e algumas do complexo B. No caso da vitamina A, que é lipossolúvel, a substância é essencial para a proteção a pele, olhos e cabelos, além de ajudar na formação dos tecidos do corpo. As vitaminas do complexo B participam do metabolismo de proteínas, lipídios e carboidratos. Têm papel importante na produção de energia, oxigenação das células e proteção do sistema nervoso.
Composição nutricional e gordura
O valor nutritivo do leite pode variar um pouco conforme a marca e a alimentação do animal, mas de um modo geral o encontrado é:
* Leite integral (copo de 200ml)
Calorias: 120 calorias
Proteínas: 6 g
Gordura total: 3,4 g
Gordura saturada: 4,2 g
Cálcio: 234 mg
* Leite semidesnatado (copo de 200ml)
Calorias: 78 calorias
Proteínas: 6 g
Gordura total: 2,0 g
Gordura saturada: 1,2 g
Cálcio: 234 mg
* Leite desnatado (copo de 200ml)
Calorias: 70 calorias
Proteínas: 6 g
Gordura total: 0,7 g
Gordura saturada: 0,35 g
Cálcio: 234 mg
Consumo excessivo
Assim como todo alimento, quando consumido de forma excessiva o leite integral, em função da quantidade de gordura, aliado ao sedentarismo, está associado a um aumento nos índices de colesterol, um importante fator de risco para doenças cardiovasculares.
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