Foi uma vida de amor, inteira. Setenta anos compartilhados por duas pessoas que se encontraram no Alto Vale do Itajaí, no longínquo ano de 1946, e não viram mais sentido na vida se não fosse ao lado um do outro. A união da costureira Verônica, natural de Ibirama, e do caminhoneiro Vitor, de Rio do Sul, deu origem à grande família Siewerdt: são quatro filhos, nove netos, 11 bisnetos e um jovem trineto, de apenas dois meses de idade.
- A minha mãe era muito apaixonada pelo meu pai. O homem é mais reservado, né, mas os dois se amavam muito mesmo - conta o filho Nilton Siewerdt.
Em Araranguá, casal junto há 63 anos também morreu no mesmo dia
Durante a vida de parceria trabalharam duro para criar e manter a família, ele nas estradas, ela em casa, na máquina de costura e no trabalho doméstico. Em 2002, quando já estavam com 77 anos, os filhos convenceram o casal a deixar a distante Ituporanga e morar perto da família, em Blumenau. Foram os últimos 14 anos da vida em comum.
As doenças comuns da idade acometeram a ambos. À 0h35min de terça-feira Vitor Siewerdt sucumbiu à fraqueza provocada pelo avanço do Mal de Alzheimer e morreu por falência múltipla dos órgãos. Horas depois, Verônica, que já se tratava de uma doença rara há 25 anos e estava acamada há cinco, seguiu para encontrar seu amado. O choque da perda foi grande para a senhora, que morreu às 21h50min do mesmo dia. Os dois tinham 91 anos e serão sepultados no mesmo jazigo, no cemitério da Igreja Evangélica do Badenfurt.
Uma vida inteira de amor.