Voar é uma das conquistas humanas mais importantes para a história. Foi graças a essa invenção que as distâncias entre as civilizações diminuíram consideravelmente. Imaginava-se um futuro em que todos fossem capaz de alcançar os céus de forma autônoma, basta relembrar o clássico De Volta Para o Futuro, em que carros e skates voadores seriam totalmente comuns. O filme errou feio no futuro projetado, mas para algumas poucas pessoas, como os pilotos de paramotor da expedição Montevideo, voar por mais duas horas, podendo alcançar até 300 quilômetros, é uma realidade.
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Já foram cerca de mil quilômetros percorridos até Florianópolis nos últimos quatro dias. A expedição Montevideo saiu de São Vicente, em São Paulo, e pretende chegar à Capital do Uruguai até o dia 29.
A viagem é feita através de paramotores, uma espécie de parapente motorizado, e pode chegar a ter autonomia de 300 km por dia. São 15 pilotos de paramotores e um piloto de paratrike (promotor acoplado a um carro de viagem) participando da expedição, além de uma equipe de apoio em terra, composta com motorhomes, oficina móvel e monitoramento via satélite, o que permitirá o acompanhamento da expedição com precisão.
– Voo de paramotor é um vício em busca de uma região que quase ninguém vai por causa de acesso. É adrenalina do voo, da beleza, da contemplação. A gente passou por praias que têm quase 60 quilômetros totalmente desertos. Só o paramotor pode, de maneira fácil, nos levar a essas regiões – afirma Ricardo Maciel (Caju), um dos cinco instrutores “master” do mundo e coorganizador da expedição.
Uma das principais dificuldades da viagem é voar em formação, o que requer muito planejamento, além da constante exposição ao sol e aos fortes ventos existentes na Região Sul.
– Está sendo bem difícil, as condições meteorológicas estão bem severas em consequência do El Niño – explica Caju.
A viagem foi idealizada por José Roberto Gerolamo, que há 22 anos pratica a atividade:
– Meu planejamento era ir até o ponto mais extremo do Brasil, mas comecei a ver as belezas e os valores históricos do Uruguai e o trajeto foi se esticando, ganhando corpo e adesão de amigos e pilotos qualificados. Hoje, já concluímos cerca de 50% do trajeto e estamos prontos para continuar e levar nossa expedição para o "Guinness Book" – destaca o piloto conhecido como Betão do Paramotor.
Os pilotos ficaram na praia do Santinho, em Florianópolis até sábado e seguem em direção a Xangri-lá, no litoral gaúcho. A expedição, além de inédita, já que percorre uma rota nunca feita, é considerada a maior do mundo em quantidade de pilotos e distância percorrida.