Os campuseiros – como são chamados os participantes da Campus Party – mudaram com o passar dos anos. Os fãs de MariMoon, que lotavam palestras em 2008, deram lugar aos vloggers, aqueles que fazem vídeos para a internet. O evento é um reflexo da cultura da internet brasileira e, em 2016, pouco importa MariMoon, mas, sim, onde está Kéfera.
A nova geração Campus Party já não baixa mais músicas e filmes e muitos preferem utilizar serviços em streaming. Em vez do MSN, comunicam-se pelo WhatsApp. Tem computadores mais leves e os smartphones navegam em redes 4G.
Aos 13 anos, fui à minha primeira Campus Party. Lembro que havia um público especializado no assunto, a grande maioria programador das mais variadas linguagens digitais, além de gamers e desenvolvedores de jogos.
Nove anos depois, a geração Campus Party foi dividida em dois grupos. O primeiro deles continua participando do evento, alguns são mais antigos e trouxeram novos amigos para as comunidades, formando clãs ao longo dos anos. Alguns, como eu, até conseguiram incluir o evento em suas agendas profissionais e outros fazem dessa semana um momento em que muitas amizades se materializam e experiências são compartilhadas.
Outro grupo já é totalmente novo e fora do meio tecnológico. De três edições para cá, percebo a presença de um pessoal mais admirador: os fãs da Kéfera, da Jout Jout ou até do Luba, youtubers de grande visibilidade atualmente. Esses campuseiros vão à Campus Party para conhecer as webcelebridades. Outros são verdadeiros caçadores de brindes, uma atividade comum por lá. Sendo da turma da velha guarda ou da contemplativa, a Campus Party se tornou um verdadeiro carnaval da internet brasileira, onde novas conexões saem do mundo on para o mundo off, e isso é maravilhoso.