Dólar aos saltos, desemprego crescendo, inflação - e o calendário ainda teima em ser impiedoso com o bolso: vem aí o Dia da Crianças. Com gasto médio na casa dos R$ 109 por presente, a data tem se situado entre as que mais movimentam dinheiro no comércio, com preferência por brinquedos, roupas e eletrônicos.
O clima todo de festa, entretanto, neste ano esbarra em uma economia fraca que recomenda cautela em gastos com supérfluos. Para consultores financeiros, é um erro considerar a compra de um mimo indispensável mesmo quando a conta está no vermelho.
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- Não há vergonha em deixar de comprar um presente ou dar algo mais simples. Desde que haja sinceridade na conversa com a criança, explicando as dificuldades financeiras que impedem exageros - diz o consultor Reinaldo Domingos, especialista em educação financeira para crianças e adolescentes.
Em caso de aperto, o desejo em dar algo mais caro pode ser adiado para o Natal, quando as contas bancárias costumam estar guarnecidas com o 13º salário. E, na celebração de outubro, presentear com algo que seja mais útil ou emergencial, como roupa, calçado ou livro.
Como falar sobre a crise com crianças e adolescentes
- É hora de comprar o que realmente é útil para evitar gasto duplo e endividamento - aponta Domingos.
Visitar lojas não é a única alternativa para ter um Dia das Crianças animado, diz o consultor. Montar brinquedos em casa, passar uma tarde no zoológico - em Sapucaia do Sul, o Zoo é gratuito para crianças até dez anos - e organizar uma feirinha de brinquedos usados são algumas atividades para ocupar o dia da criança de maneira lúdica - e dar um refresco à conta dos pais.
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O repórter Erik Farina produzirá as matérias da série Encare a Crise.