Que jogue a primeira pedra quem nunca mentiu na vida. Porém, os pais costumam esquecer o passado ou o presente quando pegam o filho na "mentira"e ficam de cabelo em pé. Se for recorrente, é um sinal de alerta para investigar as origens de tal comportamento. Para quem tem filhos menores de seis anos, calma lá na reação. A psicologia explica que é muito normal a fantasia do real ser vivenciada profundamente pelos pequenos até os cinco anos de idade. Para eles, às vezes, é difícil diferenciar a realidade da fantasia. A imaginação é a base para o pensamento adulto. Com o tempo, a fantasia dá lugar à noção de realidade, mas ela não desaparece totalmente.
"Não quer que seu filho minta? Não dê o exemplo"
Porém, a partir dos seis anos, as invenções têm de ocupar um espaço menor na cabeça dos pequenos. Geralmente, a mentira torna-se intencional a partir dos sete anos, quando a personalidade da criança está praticamente formada e ela tem noções de valores sociais e sabe exatamente a diferença entre verdade e mentira. As crianças são o espelho da gente. Não quer que seu filho minta? Não dê o exemplo. Isso significa não pedir para dizer ao telefone que você está ocupado ou que não está em casa quando não está a fim de falar com a pessoa que ligou.
Não prometer algo que sabe que não irá cumprir. Não dar respostas fantasiosas a perguntas embaraçosas. Caso sinta-se encurralado com o questionamento, diga que já vai responder. Troque uma ideia com outro adulto e não deixe a criança esperando por muito tempo. Por outro lado, toda a vez que você flagrar que ele inventou algo, mostre a importância de se falar a verdade. Elogie a atitude dele e mostre que a mentira tem "pernas curtas", que logo será descoberta por você, por um amigo ou pelo professor. Se observar que seu filho pegou algo que não lhe pertence, sem autorização, faça-o devolver e deixe claro que aquela atitude não é correta. Não tenha pudor de repreendê-lo se o flagrar escondendo boletim, dizendo que vai para um lugar e acabar indo para outro, dando desculpas esfarrapadas.
"Não faça um interrogatório infindável, nem pressione pelo grito"
Os pais têm de avaliar o grau de extensão da mentira e perseverar em dar uma orientação moral adequada. Se ficar intrigado com alguma história contada por seu filho, questione. Não faça um interrogatório infindável, nem pressione pelo grito. Dê um tempo, faça-o repetir a história, compare os detalhes, veja os indícios de mentiras. Observe o comportamento dele em casa, na escola e com os amigos. Se o comportamento mentiroso é muito frequente ou se estende muito além dos sete anos, pode ser o momento de procurar um profissional.
POR QUE AS CRIANÇAS MAIORES MENTEM
Para evitar repreensões e castigos
Para fugir das suas responsabilidades
Para chamar a atenção dos pais
Para melhorar a autoestima
Para ser aceito
Alerta 1
Se a mentira é para os pais, pode sinalizar um ambiente repressivo ou permissivo demais (é para chamar a atenção dos pais)
Alerta 2
A frequência e a intensidade com que a mentira é usada determinam a gravidade da situação. Então, tem de observar a criança em casa, com os amigos e na escola
Alerta 3
Os pais devem se preocupar quando perceberem que a mentira é compulsiva. De qualquer forma, a mentira nuca é isolada. Geralmente é um recurso de defesa para algo que não vai bem