A seca no Sudeste vai afetar as prateleiras gaúchas com ainda mais força nos próximos meses. Com a limitação de uso de água para irrigação, imposta pelo governo, a produção de alimentos sentirá impactos. Nos meses de verão, o Rio Grande do Sul é praticamente autossuficiente no cultivo de hortifrúti, mas no inverno a dependência de São Paulo e Minas Gerais é forte, alerta Amauri Pereira, da gerência técnica da Ceasa. Culturas que necessitam de muita água devem apresentar o maior aumento de custo e também de preços: arroz, batata e tomate. O consultor agrônomo Carlos Cogo estima:
- Será um aumento gradativo ao longo de todo 2015, até chegar no pico em 2016.
A soja deve causar impacto no preço da carne. Como o farelo do grão é utilizado para ração de animais, a venda do produto para o Exterior - reflexo do dólar mais alto - encarece os custos de produção dos pecuaristas brasileiros.
Preço de alimentos assusta consumidores na hora das compras
- Além da dificuldade de escassez de água, o câmbio estimula a exportação, diminuindo a oferta dentro do país - lembra Farias Toigo, analista de mercado da Capital Corretora.
Outros produtos e serviços do dia a dia ficarão mais caros, aponta Marcelo Portugal, professor de Economia da UFRGS:
- Fevereiro terá todo o peso do ajuste na gasolina, nas mensalidades escolares e na tarifa de ônibus. Isso causará efeito cascata nos meses seguintes. O refresco deve ficar para o segundo semestre. Ainda assim, a projeção é de uma inflação acima do teto da meta (6,5%) para 2015.
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