No cinema, o tema gagueira é destaque na produção "O Discurso do Rei", que é um dos candidatos ao Oscar de melhor filme deste ano. A história conta a trajetória de um jovem rei, George VI, que assume o trono do Reino Unido depois que seu irmão desiste de assumir a liderança do país. Considerado incapaz de governar por conta de uma gagueira nervosa, o monarca despreparado precisa reencontrar sua voz e levar o país à guerra contra os alemães.
Colin Firth, que interpreta George VI, ganhou esta semana o Globo de Ouro de melhor ator em filme dramático e é o favorito para levar o Oscar, também na categoria melhor ator.
Já no Big Brother Brasil 11, a gagueira está em evidência para participantes e telespectadores. O brother Diogo Preto expôs sua disfluência desde o vídeo de inscrição para participar do programa e tem mostrado, diariamente, que a dificuldade para falar não diminui seu carisma e simpatia. Expondo a seriedade do assunto, Diogo já disse aos colegas da casa que a gagueira não tem graça, e sim tratamento.
Segundo a fonoaudióloga do grupo Microsom Clara Rocha, o problema central da gagueira consiste em uma dificuldade do cérebro para sinalizar o término de um som ou uma sílaba e passar automaticamente para o próximo. Desta forma, a pessoa consegue iniciar a palavra, mas fica "presa" em algum som ou sílaba até que o cérebro consiga gerar o comando necessário para dar prosseguimento ao restante da palavra.
Além das causas neurológicas, estudos científicos também indicam que a gagueira é causada por múltiplos fatores, entre eles o genético - em que pessoas da mesma família, de diferentes gerações, carregam o gene responsável pela gagueira, que pode ou não se manifestar, dependendo da interação com os fatores sociais e psicológicos a que a pessoa é exposta. A gagueira também pode ter como causa fatores orgânicos, como disfunções ou lesões cerebrais.
A especialista ressalta ainda que a indústria está investindo em tratamentos para o problema e novas tecnologias começam a surgir no mercado. Ela destaca, por exemplo que já há aparelhos utilizados na orelha do paciente, que ajudam na fluência da fala.
O SpeechEasy, como é conhecido, simula o "efeito coro" - um fenômeno natural e tema de muitas pesquisas há décadas. O "efeito coro" ocorre quando uma pessoa que gagueja fala ou lê ao mesmo tempo em que outra pessoa, reduzindo a gagueira.
Por fazer a voz do usuário alcançar o cérebro com um ligeiro atraso e com um tom diferente, o aparelho fornece ao paciente a sensação de estar falando ao mesmo tempo em que outro indivíduo, desencadeando o efeito coro, que reduz a gagueira.