O cantor Armandinho, que gravou nas últimas terça e quarta-feira um DVD acústico no Teatro do Bourbon Country, participou do programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (11). Na atração, o músico falou sobre seu problema com alcoolismo, que se tornou público em 2014. No começo da entrevista, ele declarou que, diariamente, precisa combater o transtorno de humor bipolar.
– Muitas pessoas têm vergonha em dizer isso, mas acho que se a gente não assumir, não vai ter como debater e ajudar a resolver o problema – apontou.
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Armandinho relatou que faz psicoterapia e tenta pôr ao máximo sua parte positiva em suas músicas. No entanto, ele poderia apresentar alterações em seu humor, se tornando ríspido com as pessoas. Nesse contexto, entrou o álcool.
– Aos poucos fui me dando conta que o álcool, a cerveja, eram um calmante de final de tarde, que se estendia no final a 18 long necks, das seis da tarde à meia-noite. Eu subia as escadas da minha casa engatinhando – descreveu.
Porém, quando seu cachorro recusou sua companhia, o cantor se deu conta que havia algo errado:
– Meu cachorro Zorro, um rottweiler que já morreu, sempre me esperava (no final da escada) em um tapetinho e se deitava. Um dia subi completamente bêbado, ele me olhou no olho e desceu as escadas. Aquele dia eu vi que não dava mais.
Armandinho comentou que está há um ano e meio sem álcool e estabilizado para fazer seu trabalho. Ele costuma tomar medicação para lidar com sua bipolaridade. O cantor também contou que seu pai passou por problema semelhante.
– Meu pai teve o mesmo problema que eu (alcoolismo), mas ele nunca se ajudou, não tomou medicação. Estou falando por mim, pelo meu caso, eu consegui me estabilizar dessa forma, para poder trabalhar. A cerveja é inofensiva para muita gente, para a maioria das pessoas. Eu sei o quanto é bom, só que tem pessoas que não podem – analisou. – Uma das coisas que mais tenho medo com as minhas filhas não é nem que elas fumem maconha, mas que entrem num carro com um amigo embriagado – completou.
E concluiu:
– Eu quero que as pessoas que têm problema com isso saibam que tem saída. que não convivam com isso a vida inteira, porque a vida passa.
Ouça a entrevista: