No dia em que a Academia Sueca anunciará o novo Nobel de Literatura, morreu nesta quinta-feira em Milão, aos 90 anos, o vencedor da premiação em 1997, o italiano Dario Fo. De acordo com o diretor do departamento de Pneumologia do hospital Sacco, Luigi Legnani, onde Fo estava hospitalizado, o escritor havia sido "internado há 10 dias por uma insuficiência respiratória ligada a uma doença pulmonar existente há anos – uma doença silenciosa e progressiva". As informações são da agência Ansa.
Escritor, dramaturgo, ator, diretor, pintor, cenógrafo, Fo era um artista completo e, como se definia, "um giullare" moderno. A expressão refere-se aos artistas medievais que faziam de tudo ou ainda aos bobos da corte que entretinham a realeza.
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Ao lado da esposa, Franca Rame, o italiano tornou-se um dos maiores símbolos da cultura local, e também um dos mais destacados ativistas do país. No dia em que foi premiado com o Nobel, em 9 de outubro de 1997, a academia lhe entregou a honra dizendo que, "seguindo a tradição dos 'giullares' medievais, ele delega poderes ao restituir a dignidade aos oprimidos". Fo deixa um filho, Jacopo, fruto de seu longo casamento com Rame – falecida em 2013.
Inconformista e observador de sua época, Fo, que também era ator, ganhou fama em 1969 com a peça Mistério bufo, uma epopeia sobre os oprimidos inspirada na cultura medieval. Na obra, o herói, um malabarista, estimula a rebelião com o sorriso.
A convocação à rebelião contra os poderosos e os hipócritas, com uma linguagem criativa, é um tema constante da obra Dario Fo.
Entre suas obras teatrais mais conhecidas estão Ninguém paga, ninguém paga e A Morte acidental de um anarquista – esta última foi apresentada em setembro, em POA, protagonizada por Dan Stulbach.
* Com informações de Agência Brasil e AFP