Em decisão divulgada no Diário Oficial da União da última segunda-feira, dia 4, o Tribunal de Contas da União (TCU) acolheu o recurso do ator e diretor Guilherme Fontes referente à prestação de contas do longa Chatô, o rei do Brasil. Em 2014, o TCU havia condenado o diretor a devolver R$ 66 milhões (valor corrigido a partir dos R$ 8,6 milhões captados entre 1995 e 1999) ao Fundo Nacional de Cultura, dinheiro arrecadado para a realização do longa que, conforme o tribunal, não havia sido finalizado, além de pagar multa de R$ 2,5 milhões. A defesa de Fontes na época afirmou que uma cópia do filme fora enviada à Ancine para avaliação, mas isso não foi considerado suficiente pela corte.
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Dois anos depois, esse roteiro apresenta outra reviravolta. Lançado em novembro de 2015 depois de duas décadas de produção, o filme esteve em cartaz nos cinemas e está atualmente disponível na Netflix. Agora, para os ministros, Chatô... foi, sim, entregue e, portanto, pode ser anexado como prova dentro do recurso de revisão da decisão de 2014.
O tribunal encaminhou essa nova prova a sua Secretaria de Recursos. Isso, de acordo com a assessoria do TCU, abre possibilidade para que a sentença mude. O setor é responsável por avaliar o mérito da nova prova e recomendar aos ministros a revisão ou não da decisão. Depois disso, o magistrado escolhido para analisar o caso pode acatar a recomendação e levar o processo de volta a plenário. O fim dessa história não tem data certa para acontecer.