Mesmo sem acreditar em mudanças na CBF, o pedido do Ministério Público para que sejam afastados os dirigentes da entidade é sempre um rasgo de esperança. Os promotores do Rio de Janeiro acusam a direção da CBF de terem fraudado a assembleia em que foram modificados os valores dos votos no colégio eleitoral da CBF.
Foi assim: o edital de convocação continha uma agenda com assuntos de menor importância para os clubes. Estes, na maioria, não compareceram à assembleia. Aconteceu que, quando a reunião começou, a direção da CBF comunicou que a agenda estava modificada com a inclusão da mudança nos valores dos votos no colégio eleitoral da entidade.
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As federações, que estavam presentes na totalidade, não tiveram dificuldade de aprovar o pedido da CBF, e os votos ficaram tendo estes valores: federações, três pontos, clubes da Série A, dois pontos, e clubes da Série B, um ponto. Com esta nova tabela, ficou impossível aos clubes fazerem frente ao poder superdimensionado das federações.
O Ministério Público entende que, pela fraude cometida, toda a direção da CBF deve ser afastada. Poderia ser bom, se o pedido dos promotores não estivesse destinado a ser anulado. Assim, fica adiado o "Fora, Nero".