Algum tempo atrás, não muito, a CBF vociferava contra o Inter, acusava o clube de falsificar documentos, o STJD emitia raivosas declarações enquanto se negava a analisar o caso Victor Ramos, e o Vitória bradava aos céus o que julgava ter sido uma inscrição legalíssima do zagueiro. Agora que o Inter encontrou guarida na Corte Arbitral do Esporte, na Suíça, o trio oficial fechou-se em copas e da sua trincheira não sai nem gemido.
Seja lá o que acontecer no julgamento do dia 4 de abril (aniversário do Inter), o clube já está vencendo esta guerra. Obrigou a CBF e o STJD a se explicarem na Suíça, levou a entidade a contratar um caro advogado para defender-se na mais alta corte esportiva do mundo e ganhou até na marcação da data do julgamento.
Queria antes do início das séries A e B, enquanto a CBF e o STJD queriam mais tarde. Deu Inter. Mas só o fato de conseguir que o caso fosse analisado e julgado pelo CAS, o que lhe fora negado pelo STJD, já é uma vitória dos advogados do Inter.
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Tristeza
Não tenho sequer palpite para o julgamento que acontecerá no CAS. Tampouco torço por resultado que devolva o Inter para a Série A. Mas torço, confesso, pela derrota da CBF e do STJD. Está mais do que claro que o tribunal e a entidade estão mancomunados em torno de uma empreitada pouco honesta.
Mas também chego a desejar que o Inter não tenha sua situação revertida pelo imenso amor que tenho por colegas que não perdem oportunidade para grifar que será muito triste se o Inter voltar à Série A pelo tribunal. É verdade que estes queridos companheiros estão mais atrapalhados do que cusco em tiroteio.
Para não ficar feio, garantem que o Inter tem todo o direito de recorrer à Justiça Desportiva por um direito que julga seu mas, contraditoriamente, acham que seria triste se o Inter, ganhando no tribunal, desfrutasse o resultado da sua vitória.
Como diz o meu amigo Flavio Dutra: “Quando penso que vi tudo descubro que ainda não vi nada”. Colegas, se for para a felicidade de vocês, que o Inter mofa na Série B. Não quero ver ninguém tão triste assim.
Efeito suspensivo
O Inter solicitou que o STJD conceda ao clube efeito suspensivo das duas perdas de mando de campo que sofreu no TJD gaúcho. Acho que os advogados do Inter tremem só em pensar que dependem do STJD para ver atendida a sua postulação.
Rodízio
Antônio Carlos Zago está parecendo Diego Aguirre, que apreciava fazer rodízio de escalação. Por causa desta preferência, ficou pouco tempo no Inter. Outra coisa: Zago deve saber, claro, que é muito difícil organizar o Inter equilibradamente jogando com três atacantes.