O futuro da seleção colombiana na Copa do Mundo Feminina será decidido nesta terça-feira (8), a partir da 5h (horário de Brasília), no confronto de oitavas de final, diante da Jamaica, algoz do Brasil, em Melbourne. Com desempenho e resultado histórico na fase de grupos, a equipe tem despertado maior engajamento de seus torcedores e gera expectativa por voos maiores no Mundial.
Antes da partida válida pelas oitavas de final, a grande questão é até onde as colombianas podem chegar. Para ajudar a responder este questionamento, a coluna ouviu David Felipe Ocampo, jornalista especializado na seleção, que mora em Cali.
Um dos grandes trunfos desta equipe, segundo ele, está no progresso individual e coletivo. A Colômbia soube fazer boa mescla entre a juventude e a experiência. No ataque, por exemplo, uma das grandes referências técnicas tem apenas 18 anos.
Trata-se da estreante Linda Caicedo, atacante do Real Madrid, apontada como uma das grandes promessas do futebol mundial. Ao mesmo tempo, Catalina Usme, de 33 anos, uma das principais peças do setor de criação, tem a experiência de estar em sua terceira Copa do Mundo.
— Foi uma primeira fase muito emocionante. Um começo ideal contra a Coreia do Sul, um resultado histórico contra a Alemanha e uma derrota que desacelerou contra o Marrocos. A Colômbia pode ir onde quiser. É uma equipe ambiciosa, lutadora e de qualidade, mas ainda precisa melhorar em certos aspectos táticos e de eficácia. Não sei até onde ele pode ir, mas como esta Copa do Mundo está com tantas surpresas, classificar além das quartas de final seria um grande e histórico prêmio — apontou Ocampo.
O resultado no Mundial da Oceania impacta diretamente na relação com a torcida. Além do público que se faz presente nos estádios, o país está mais engajado em acompanhar a seleção feminina. Esta construção começou durante a Copa do Mundo sub-17, quando as jovens chegaram até decisão contra a Espanha e ficaram com o vice-campeonato.
— Em relação a outras ocasiões, vê-se que o país está muito mais engajado com o time. Isso se reflete não apenas no grande número de espectadores que têm frequentado os estádios na Austrália, mas também no público dentro do território nacional. Os horários são difíceis, porque é muito muito cedo pela manhã, mas a ligação que existe faz com que isso não seja um impeditivo. O apoio continua crescendo, principalmente em Cali, que é a casa oficial da seleção. Pessoalmente, é algo que me deixa muito feliz. E, embora ainda sejam necessários alguns fatores de liderança, como uma liga mais estável, longa e competitiva, o caminho parece estar melhorando. Devagar, mas melhorando — assegura o jornalista.
Ao contrário do que vemos no futebol masculino, a Colômbia é a segunda força do futebol feminino sul-americano, ficando atrás apenas do Brasil. No ano passado, as duas seleções protagonizaram a decisão da Copa América, vencidas pelas brasileiras por 1 a 0.
Na Copa do Mundo, o cenário já é diferente. Em um grupo com Alemanha, Coreia do Sul e Marrocos, a Colômbia conquistou a classificação na primeira posição, somando 66% de aproveitamento. Uma das vitórias foi sobre a Alemanha, que terminou em terceira na chave.
A vitória por 2 a 1, com gols nos acréscimos, interrompeu uma invencibilidade alemã de 20 jogos na fase de grupos. Até então, a única derrota havia sido na edição de 1995. A Seleção Brasileira, por sua vez, não passou da primeira fase.
Caso conquiste a classificação sobre a Jamaica, nesta terça-feira, a Colômbia irá superar a campanha de 2015, quando caiu justamente nesta fase. Em sua terceira participação, o resultado poderá ser histórico em todos os sentidos.