A mensagem torta que os Estados Unidos enviaram ao mundo ao debandar do Afeganistão vai muito além da política. Houve, mais do que tudo, uma quebra de confiança. Durante os 20 anos em que estiveram no país, os americanos tiveram apoio local, que vai de tradutores ao fornecimento de produtos e serviços.
Ao virar as costas aos “amigos” afegãos, Joe Biden entregou-os aos leões. Parece que só se deu conta da deslealdade depois. É disso, em grande parte, que os analistas, mesmo os aliados da Casa Branca, mais reclamam. Como fazer negócios e confiar em alguém que, de repente, vai embora? Esse é um prejuízo que deixa marcas de longo prazo, inclusive em outros locais nos quais os interesses americanos precisam de tanques e blindados para serem preservados.
Aliás, a saída do Afeganistão também comprova que a força física, por maior que seja, não funciona se não vier acompanhada de investimento em educação, criação de renda e infraestrutura. Mas, aí, já querer demais.