![Ramón Vasconcelos / TV Globo/Divulgação Ramón Vasconcelos / TV Globo/Divulgação](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/25299970.jpg?w=700)
Serginho Groisman, apresentador e jornalista, passou pelo RS no Gramado Summit 2019, onde fez um bate-papo sobre empreendedorismo e formas de se comunicar. Com a coluna, falou sobre suas impressões em relação ao radicalismo reinante no país e como fazer atual um programa há quase duas décadas no ar.
Como comunicar e construir pontes em um momento de crescimento do radicalismo e da polarização?
Sempre pretendo não ser o protagonista. Então, o que eu faço é deixar que as pessoas falem. Deixar que os argumentos existam e, com isso, abrir canais de expressão opostos. Procuro mostrar que um bom argumento pode fazer uma pessoa mudar de opinião. Não devemos ficar reféns de ideias dos outros. Temos de ficar reféns da nossa consciência. Está muito difícil construir pontes. Hoje, as redes sociais têm alguns perfis, caricaturas. O Instagram é um grande "veja como eu sou bonito". O WhatsApp é "eu vou ler aquilo que quero ler". As pessoas estão muito fechadas em torno das ideias que defendem e só querem ouvir aquilo que alimenta suas ideias. O que eu faço é incentivar as fontes mais confiáveis para que as pessoas se abram. Não podemos criar fanatismo em relação a partidos, ideias e governos. Precisamos sempre procurar ler, ouvir e ver opiniões diferentes, para que a gente tire nossas conclusões.
Qual é o segredo para fazer um programa que fala para diversas faixas etárias há quase 20 anos?
Procuro sempre ter uma atitude jornalística em relação ao programa, para que ele não perca o interesse e a atualidade. Respeitamos o espectador e a plateia que está lá, para que as pessoas possam conviver com estilos diferentes de ideias, música e cultura. Fazer com que o público adolescente, que é a plateia, seja respeitado, assim como o espectador, que é mais velho. O Altas Horas vai completar 20 anos em 2020. O segredo é esse: respeito, credibilidade e busca por novidades com as quais o espectador se identifique.
Qual é a importância da cultura e da educação, neste contexto?
A cultura e a educação andam juntas e tenho trabalhado muito pela valorização do professor, da escola e da cultura. Vejo que existem movimentos para que a gente ande para trás nesses temas, mas acredito muito no que já foi conquistado pela sociedade no sentido educacional. Temos que fixar a aliança entre cultura e a educação como um elemento fundamental para a transformação do nosso país.
*Produção, Letícia Paludo.