Achei estranho aquele estacionamento, em plena Riachuelo, centro de Porto Alegre, com tantas vagas antes do meio-dia. Tinha até várias na sombra, o que costumava ser impossível alguns anos atrás. Estacionei e fui almoçar no agradável Bistrô do Solar. Vale a pena conhecer. O lugar é tão chic – sem ser metido à besta – que até o Gasparotto estava lá, saboreando saladas orgânicas.
Demorei pouco mais de duas horas para voltar ao carro. O preço do estacionamento: R$ 39 – sem manobrista e na rua. Entendi imediatamente porque havia tantos espaços livres. Se eu tivesse usado um aplicativo de trasporte, gastaria bem menos. Sem me incomodar com o trânsito e sem gastar gasolina.
Os estacionamentos de Porto Alegre estão ajudando a consagrar a concorrência. Há exceções, como o do Theatro São Pedro, que é bem mais barato. Mas grande parte, não só no Centro como em outro bairros, crava a faca nos seus clientes como se fossem a última bolacha no pacote, um caso inacreditável de suicídio empresarial.
Só há duas explicações: ganância ou cegueira. Se os estacionamentos de Porto Alegre não baixarem seus preços, caminharão rapidamente para o encolhimento, na proporção inversa ao crescimento de modelos alternativos de transporte. Estacionamentos na contramão: os maiores amigos dos aplicativos.