1. The Post
O colégio eleitoral do Oscar é formado, majoritariamente, por americanos e por estrangeiros que moram nos EUA, quase todos habitantes de grandes centros com tradição democrata. A truculência de Donald Trump nas suas relações com a imprensa cria o ambiente perfeito para o sucesso dessa história de enfrentamento entre governo e opinião pública. A obra de Spielberg – forte candidato a melhor diretor – é um recado direto ao poder. Por isso, tem muita chance de levar a estatueta de melhor filme. Mais uma vez, o diretor usa o passado para conversar com o presente e com o futuro. Foi assim em A Lista de Schindler. Lembrar para não repetir o erro.
2. Gary Oldman
Está mais parecido com Winston Churchill do que o próprio Winston Churchill. E pouco parecido com Gary Oldman, o que comprova o acerto na construção do personagem. O primeiro-ministro britânico que derrotou o nazismo é matéria-prima ideal para caricaturas. Dos trajes às frases célebres, passando pelo charuto, é uma armadilha para atores preguiçosos e diretores óbvios. Oldman rompe com tudo isso, interpretando um Churchill de carne e osso e, justamente por isso, de sabor incomparável.
3. Meio
Não sei se Meryl Streep leva a estatueta, no dia 4 de março, por Kat Graham, a dona do The Post. Ela foi chamada por Trump de a mais superestimada atriz de Hollywood e de "puxa-saco de Hillary Clinton". Com um cabo eleitoral desses, crescem as chances. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que define os prêmios do Oscar, odeia Trump. E vice-versa.