A partir de 2025, os alunos da rede pública estadual serão treinados para lidar com as catástrofes climáticas como a que assolou o Rio Grande do Sul em maio. O plano estratégico será concluído até dezembro, como resultado de uma profunda discussão sobre o futuro da educação pós-enchente. O debate começou nesta quinta-feira (19), em um seminário no Instituto de Educação General Flores da Cunha, batizado de Construção da Agenda de Futuro da Educação no RS, do qual participaram parceiros que ajudaram o Rio Grande do Sul antes, durante e depois do período mais crítico.
— Temos de preparar as nossas crianças, do primeiro ano do Ensino Fundamental ao terceiro do Ensino Médio, para lidar com as questões climáticas em diferentes graus de profundida — diz a secretária de Educação, Raquel Teixeira, anfitriã dos dirigentes de ONGs que vieram a Porto Alegre na condição de voluntários.
Na abertura, o governador Eduardo Leite e o empresário Jorge Gerdau Johannpeter fizeram manifestações sobre a educação no Rio Grande do Sul após a crise meteorológica.
Durante todo o dia, técnicos e secretários das diferentes áreas da Secretaria da Educação ouviram palestras e participaram de trabalhos em grupo. Os participantes discutiram quatro tópicos principais:
- Educação infantil, alfabetização e integração das redes
- Novo Ensino Médio, educação integral e articulação com o mundo do trabalho
- Escola como um ambiente acolhedor, atrativo e conectado ao século XXI
- Valorização e o desenvolvimento dos professores e gestores educacionais
O objetivo é consolidar as contribuições desses diferentes atores para planejar o futuro das políticas públicas educacionais do Estado pelos próximos dez anos. Na abertura da programação, Leite destacou que a política do governo tem sido pautada pela ampliação de dados na área da educação:
— Não adianta termos metas se não soubermos exatamente onde estamos. Esses dados são oferecidos por ferramentas como o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), além dos nossos sistemas de avaliação, reforçados nos últimos anos com as Avaliações Diagnósticas de Aprendizagem — disse Leite.
Raquel destacou que, para garantir o avanço das políticas educacionais, é preciso um esforço de colaboração:
— Temos as estruturas, os dados e o conhecimento necessário para avançar, mas não o fazemos na velocidade que o mundo requer. Este seminário é uma oportunidade de reunir as melhores mentes para refletir sobre como acelerar o processo. A geração de crianças e jovens que está nas escolas hoje foi duplamente afetada, pela pandemia e pelos extremos climáticos. Precisamos oferecer a eles o melhor que a ciência e o nosso conhecimento permitem.
O seminário teve a participação de representantes de entidades e instituições públicas e do terceiro setor — como Ministério da Educação, Movimento Brasil Competitivo, Instituto Ayrton Senna, Instituto Unibanco, Junior Achievement, Instituto Natura, Vozes da Educação, Fundação Lemann, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Todos pela Educação, União BR, Banco Master, Mega Edu, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação e Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas.
Ao meio-dia, a goiana Raquel levou os convidados para conhecer o Acampamento Farroupilha e saborear um autêntico churrasco gaúcho.
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