Acabou o suspense: a deputada estadual Nadine Anflor não será candidata a prefeita de Porto Alegre, como gostaria seu partido, o PSDB. Nadine nunca disse que seria, mas o governador Eduardo Leite manteve até dias atrás a esperança de que mudasse de ideia. A deputada teve uma conversa definitiva com ele e com a presidente do PSDB, Paula Mascarenhas.
Aos dois, Nadine avisou que manterá seu título de eleitor em Getulio Vargas, porque não é seu projeto concorrer a prefeita agora, com pouco mais de um ano de mandato:
— Expliquei ao governador e ele entendeu que para fazer as coisas preciso de brilho no olho. E não me imagino sentada na cadeira de prefeito de Porto Alegre. Tenho andado muito pelo Interior e estou gostando de fazer isso. Acho que posso ser mais útil ao partido e ao governo cumprindo meu mandato na Assembleia.
Nadine também conversou com o marido, Elmo, e com o filho Cadu sobre seu momento pessoal. Embora viaje muito como deputada, diz que consegue ser dona da agenda e quer mais tempo para o filho adolescente. No fim de semana, por exemplo, os dois acompanharam a deputada numa viagem a Mostardas, onde ela abonou a ficha de filiação do prefeito Moisés Pedone, que deixou o PP. A foto foi feita pela proprietária do restaurante em que a família almoçou, em frente à Lagoa Bacupari.
Sem Nadine, o PSDB caminha para não ter candidato em Porto Alegre. A segunda opção seria a deputada federal Any Ortiz, do Cidadania, partido que forma uma federação com o PSDB. Ocorre que Any é muito próxima do prefeito Sebastião Melo e teria dificuldade para fazer o papel de adversária. A deputada estava com Melo quando ele fez o convite a Simone Leite para ser sua vice.
Outra opção especulada no PSDB é o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, que não tem experiência de urna. Como os secretários estaduais só precisam se desincompatibilizar do cargo que ocupam quatro meses antes da eleição, Lemos poderia ser candidato sem precisar decidir agora. O presidente municipal do PSDB, Moisés Barboza, garante que o partido tem outras opções. Um dos nomes desejados pelo PSDB seria o da ex-senadora Ana Amélia Lemos, hoje no PSD.
O PSDB teria um candidato pronto e competitivo, o ex-prefeito Nelson Marchezan, mas ele se afastou da política depois da eleição de 2020, quando se considerou injustiçado por uma CPI na Câmara que, mesmo não tendo fundamento, desgastou sua imagem e o tirou do segundo turno.