Sem se preocupar com as críticas a suas viagens internacionais, o presidente Lula e a primeira-dama Janja aproveitaram o dia sem agenda oficial, nesta quarta-feira (14), para visitar a esfinge e as pirâmides de Gizé. A Grande Pirâmide é uma das sete maravilhas do mundo antigo, e o sítio arqueológico, o ponto turístico mais visitado do Egito.
O que Lula foi fazer no Egito passa longe do turismo acidental. O pretexto oficial é a aproximação com a África (a Etiópia também está no roteiro), com a assinatura de acordos de cooperação, mas a visita é indissociável da guerra que abala o Oriente Médio. A ajuda do Egito foi fundamental para a retirada de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza.
A visita ocorre em um momento de tensão extrema no Egito, com o agravamento da situação na Faixa de Gaza, consequência da guerra entre Israel e o grupo terrorista. A iminente operação terrestre em Rafah, onde estão mais de 1 milhão de palestinos que fogem de outras regiões atacadas, tem sido criticada pelo Egito e pelo governo brasileiro.
A intenção de Lula, que na quinta-feira (15) se reúne com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, é se oferecer para ajudar na mediação de um acordo de cessar-fogo para evitar o massacre de civis.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem feito ouvidos moucos aos apelos de Lula, incomodado com a posição pró-Palestina do governo brasileiro.