Uma hora antes do encontro que os prefeitos terão com o governador Eduardo Leite, Sebastião Melo se antecipou e anunciou medidas paliativas para tentar impedir a adoção de restrições mais severas à atividade econômica. Em uma transmissão ao vivo de 11 minutos, o prefeito de Porto Alegre disse que as medidas haviam sido aprovadas pelo centro de governo depois de reunião com dirigentes de hospitais.
A primeira providência foi recomenda a toda a rede pública e privada que que amplie o número de leitos, com a certeza de que a prefeitura bancará os custos. Ninguém duvida da necessidade de ampliação. O problema é que, neste momento, faltam equipamentos e profissionais para ampliar enfermarias e UTIs, que não estão conseguindo suportar a demanda.
A partir desta sexta-feira (26), os ônibus estão proibidos de transportar passageiros em pé e terão de ampliar as linhas nos horários de pico. Trata-se de uma providência demandada por dirigentes de diferentes setores empresariais e por sindicatos de trabalhadores, que já deveria ter sido adotada antes, já que o transporte coletivo é foco de aglomeração e os usuários reclamam que andam espremidos como “sardinha em lata”.
Para descomprimir o transporte no início da manhã e no final da tarde, a sugestão aos setores produtivos é que adotem horários diferenciados, ideia defendida por Melo quando ainda era candidato. A boa intenção esbarra em um ponto prático: com a proibição de atividades não essenciais entre 20h e 5h, a margem de manobra se estreita.
Embora a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) tenha avaliado que o setor se adaptou à restrição de horário, o prefeito sugeriu ao governador que volte a ampliar o período de funcionamento.
— Não deu certo — decretou, justificando que os consumidores estão se aglomerando nos supermercados depois da restrição de horário.
Acompanhado pelo secretário da Saúde, Mauro Sparta, e pelo vice-prefeito Ricardo Gomes, Melo esclareceu que chegou a ser discutido o fechamento de parques, praças e da orla do Guaíba, mas a opção foi por manter os espaços públicos abertos e apelar à população que não os ocupe. Com uma advertência: se os porto-alegrenses não respeitarem, esses espaços serão fechados nos próximos dias.
— Não gostamos de fazer nada por decreto — disse o prefeito, ao anunciar que a prefeitura vai patrocinar uma campanha de conscientização.
De sua parte, a prefeitura retirou todas as churrasqueiras de áreas públicas, na tentativa de evitar que torcedores do Inter e do Grêmio se reúnam para assistir aos jogos finais do Brasileirão e da Copa do Brasil. A prefeitura também fechará todos os seus espaços culturais.
— Estamos fazendo isso para preservar a atividade econômica — repetiu Melo, ao final da live, enquanto corriam na tela dezenas de mensagens críticas à frouxidão das medidas e de alerta para a gravidade da crise sanitária.
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