O nome do general Geraldo Miotto, ex-comandante militar do Sul, será associado para sempre à duplicação de trechos da BR-116 pelo Exército. Foi ele que, certo dia, voltando de Pelotas, passou pela rodovia com obras inacabadas e, inconformado, sugeriu que o Batalhão Rodoviário do Exército assumisse a duplicação de alguns trechos. Dito e feito.
Desde a instalação do canteiro de obras, o general fazia visita frequentes para acompanhar o trabalho dos homens do Exército.
Na reserva desde o ano passado, o general de 65 anos, conhecido pela gentileza e pela correção, morreu nesta quarta, vítima da covid-19. Ele estava internado desde dezembro.
Para homenageá-lo, ainda que de forma simbólica, o mínimo que a bancada federal gaúcha pode fazer é sugerir que a BR-116 Sul receba o nome de Rodovia General Miotto.
O juiz Alex Custódio, amigo de Miotto desde os tempos em que foi militar, compartilhou com a coluna um depoimento sobre a morte do general. Confira:
“Perdemos um homem de bem, que nunca deixou que outros fizessem o que era para ser feito. Foi exemplo de militar, de pai de família, de amigo e Comandante. O bem estar de seus comandados sempre estava em primeiro lugar.
Estava decepcionado com os rumos do nosso Brasil, mas sempre fiel aos seus princípios e valores, baseados na lealdade construída dentro da caserna, onde entendia que ninguém era escada para ninguém e que todos estavam ombro a ombro no cumprimento da missão.
Ele cumpriu a missão dele, e deixará saudade e exemplo para todos nós que ficamos nesse mundo que teima em não se endireitar.
Hoje me emocionei na posse do Biden, líder experiente e zeloso dos rituais de respeito e dignidade da sociedade. Miotto é dessa turma. Que pena. Dia bem triste para mim.
Orei muito por ele. Dobrei os joelhos diversas vezes porque ele merecia, mas Deus nos dá a vida somente Ele pode nos tirar. Chegou a hora de nosso Comandante ajudar nos quartéis dos céus. E Deus estará feliz tendo ele ao seu lado.”