Os prefeitos que integram a região de Canoas no modelo de distanciamento controlado vão tentar sair da bandeira vermelha provando ao governo do Estado que têm mais 19 leitos de UTI para abrigar pacientes com covid-19. São três do Hospital Universitário, que já estavam operando na sexta-feira (19), mas não tinham sido lançados no sistema, 10 no Hospital de Pronto Socorro e seis em Esteio, que estarão aptos a partir desta segunda-feira (22).
O prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato (PTB), reconhece que dificilmente o gabinete de crise aceitará as ponderações, já que a regra é clara: a data para a contagem de leitos disponíveis era sexta-feira. A partir desta semana, será a quinta-feira.
Caso não consigam reverter a cor da bandeira, Busato garante que os prefeitos cumprirão as restrições:
— Não adianta continuar na bandeira laranja se não conseguirmos frear a velocidade de crescimento da demanda por leitos de UTI.
Também nesta segunda-feira, os prefeitos devem ter uma reunião virtual com o governador Eduardo Leite.
— Se voltarmos à bandeira laranja, nesta ou na próxima semana, teremos que assumir o compromisso de adotar medidas para evitar aglomerações. O fechamento do comércio aos sábados e domingos é uma delas — adianta Busato.
Em rota de colisão
A vice-prefeita de São Gabriel, Karen Lannes (Podemos), discorda da forma como o prefeito Rossano Gonçalves reagiu à imposição da bandeira vermelha para a região na semana passada. Rossano desafiou a orientação do governo do Estado e acabou sendo alvo de uma ação do Ministério Público.
— Estamos lidando com vidas. O prefeito misturou saúde com política e adotou uma posição radical com a qual não concordo, principalmente porque sabemos da gravidade dessa doença e São Gabriel já tem nove mortes.
Sem espaço no governo desde que deixou a Secretaria de Assistência Social, Karen é o que se poderia chamar de uma vice decorativa. Rossano ignora a opinião dela, que se expressa apenas pelas redes sociais.