Pouco mais de duas semanas após o encerramento da eleição, dois candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, entre eles o eleito, Eduardo Leite, fecharam suas contas de campanha com despesa maior que a receita. O tucano arrecadou R$ 6.137.871,63 e gastou R$ 6.756.657,32 — rombo de R$ 618 mil. Já Jairo Jorge, do PDT, deixou de pagar R$ 1.194.485,86 em despesas: ele gastou R$ 3.668.497,37 e arrecadou R$ 2.474.011,51.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a prestação de contas do primeiro turno deveria ser feita até 6 de novembro e a do segundo turno até o dia 17 de novembro. Caso até o último prazo da prestação não sejam quitadas despesas já contratadas, a dívida passará a ser de responsabilidade também do partido do candidato, como um devedor solidário. De acordo com o artigo 35 da resolução 23.553/2017 do TSE, débitos não assumidos pela legenda podem ser motivo para rejeição das contas de campanha pela Justiça Eleitoral.
Jairo afirma que já fez a anuência da dívida pelo PDT estadual com o respaldo da direção nacional.
— Já pactuamos os pagamentos para o próximo ano. Estabelecemos com todos os fornecedores um cronograma de pagamentos, que já foi assinado por todas as partes. Junto com o partido vamos buscar saldar esses compromissos. Legalmente temos 48 meses, mas estamos prevendo saldar em 12 meses todas as dívidas — afirmou.
Na campanha de Leite, o PSDB também assumirá a dívida com a anuência da direção nacional.
Em alguns casos, como na campanha de José Ivo Sartori, sobrou dinheiro: cerca de R$ 1 milhão. Nesse caso, as sobras devem ser depositadas na conta bancária do partido do candidato. Os recursos originados do fundo partidário devem ser depositados na conta que o partido usa especificamente para essa natureza.