Por qualquer ângulo que se olhe, o PSDB é o grande vencedor da eleição no Rio Grande do Sul e o PT o maior derrotado. Embora o PMDB tenha feito mais votos na soma do primeiro e do segundo turnos, no mapa do poder montado pelo repórter Eduardo Santos, da Rádio Gaúcha, cruzando os dados disponíveis no sistema do TSE, os tucanos estão à frente.
Ao conquistar a Capital, Pelotas e Santa Maria, além de outras 24 cidades do Interior, o PSDB terá sob seu comando uma população de 2.997.510. São 10 prefeituras a mais do que em 2012 e um aumento de mais de 2 milhões de almas sob administração tucana. Esses números desconsideram as 11 cidades em que a eleição está pendente de decisão judicial.
O PT, ao contrário do PSDB, murchou em número de prefeituras, de votos e de pessoas governadas. Foram 69 cidades conquistadas em 2012 e apenas 37 neste ano, mas a perda de poder (e de votos) é ainda mais impactante. A população das cidades governadas pelo PT caiu de 2.269.120 para 694.481. Sem a Capital, o PDT até perdeu mais do que o PT em população sob seu comando (1,8 milhão), mas pelo menos cresceu em número de prefeituras (de 70 para 76).
Pela expressão dos territórios conquistados, pode-se concluir que PP e PMDB disputam o título de "partido dos grotões". Quase metade das prefeituras que administrarão a partir de 2017 estão localizadas em cidades com menos de 5 mil habitantes.
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Nos municípios com mais de 100 mil habitantes, o PSDB pulou de três (Pelotas, São Leopoldo e Viamão) em 2012 para seis agora (Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria, Novo Hamburgo Viamão e Erechim).
Espantoso foi o crescimento do PRB, que saiu do zero para cinco prefeituras, entre as quais Caxias do Sul, e uma influência sobre quase 500 mil pessoas. O PTB perdeu duas prefeituras pequenas mas ganhou Canoas, e vai governar para 866.875 eleitores, 552 mil a mais do que hoje.
O PPS minguou pelo mesmo motivo que fez o PSB dobrar de tamanho a população governada: o prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, elegeu-se pelo PPS em 2012 e migrou para o PSB, partido pelo qual foi reeleito.
RODÍZIO DE PARTIDOS
A intensidade dos ventos da mudança, que explicam tantas surpresas na eleição, podem ser medidos pelo baixo índice de cidades que mantiveram o mesmo partido no poder. Dos 486 municípios com a eleição encerrada – em 11 o resultado está sub judice e poderá haver novo pleito –, somente um terço elegeu a mesma legenda do antecessor.
Em números absolutos, 163 municípios continuarão sob o comando do mesmo partido e 323 optaram pela mudança. O maior índice de manutenção do poder foi registrado nos municípios com menos de 5 mil habitantes (36,04%). O menor (29,52%), nas cidades com população entre 5 mil e 10 mil.
Aliás
Prova de que o número 13 está em baixa no Rio Grande do Sul: somando o primeiro e o segundo turnos, os candidatos do PT a prefeito receberam, neste ano, 854.763 votos válidos, uma perda de 684.022 em comparação com a eleição de 2012.