O terrorismo internacional vem sofrendo sucessivos golpes nos últimos meses, desde o massacre contra Israel cometido pelo Hamas, em 7 de outubro do ano passado. Yahia Sinwar é o terceiro comandante eliminado de organizações extremistas ligadas ao Irã, depois de Ismail Haniyeh, o mais conhecido dos chefes do Hamas, e Hassan Nasrallah, o líder máximo do Hezbollah.
Embora pouco conhecido fora do Oriente Médio, Sinwar era muito importante na cadeia de comando do Hamas. Ocupava uma posição estratégica, de interlocução política entre o Hamas e o Irã, por exemplo. Sua morte se torna simbólica - e, por isso, muito comemorada pelo comando israelense e pelos familiares das vítimas de 7 de outubro nesta quinta-feira (17), por ter sido ele um dos arquitetos, provavelmente o principal, da ação terrorista daquele dia. Não é exagero compará-lo a Osama bin Laden, a mente criminosa e bestial por trás dos atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
Entretanto, embora as principais cabeças do terror estejam sendo decapitadas, é cedo para avaliar que os grupos terroristas estão neutralizados: principalmente no caso do Hamas, é uma organização extremamente descentralizada. O próprio Sinwar, herdeiro político de Haniyeh, é membro de uma espécie de triunvirato do terror, integrado também por Marwan Issa e Mohamed al-Masri, este último comandante das Brigadas Al-Qassam, que invadiram Israel em 7 de outubro.
O mundo é um lugar melhor sem Sinwar, conhecido pela forma cruel como lidava com traidores ou suspeitos de traição: costumava queimá-los com um prato quente.
Diretamente proporcional a sua brutalidade era sua inteligência (para o mal, claro): nas duas décadas em que permaneceu em uma prisão israelense, ele aprendeu hebraico e dizia ter estudado o inimigo.
Sua morte dá fôlego a Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro questionado pela opinião pública porque, um ano depois dos atentados, não trouxe para casa os mais de cem reféns em poder do Hamas. Também reforça o argumento do governo de que a melhor defesa é o ataque.