Foi um aquece! O primeiro debate na Rádio Gaúcha e GZH com os pré-candidatos à prefeitura de Porto Alegre foi uma oportunidade para o eleitor tomar conhecimento sobre quem são e o que pensam aqueles que irão disputar o seu voto em outubro. Mas tudo está muito no começo e, por isso, os pré-candidatos ainda estão sentindo o ambiente, se testando e examinando os adversários.
O tema da enchente foi predominante na primeira parte do encontro de duas horas na manhã desta terça-feira (6), seguindo uma lógica de Maria do Rosário (PT) e Juliana Brizola (PDT) atacando juntas a atual gestão em razão das falhas no sistema de proteção de Porto Alegre, Felipe Camozzato (Novo) evitando críticas mais fortes à administração e o prefeito Sebastião Melo (MDB) defendendo as ações do Executivo durante a tragédia. A polêmica sobre se o Muro da Mauá resistiu ou não, cobranças sobre as casas de bombas e a altura dos diques dominaram a ponto de o tema transbordar para o segundo bloco.
Como tática, ficou clara a dobradinha entre os dois candidatos mais à esquerda, Maria do Rosário e Juliana, e os dois mais à direita, Melo e Felipe Camozzato, a ponto de concordarem entre si - e se escolherem mutuamente para responder a perguntas na hora do frente a frente.
O tema da enchente deixou pouco espaço para outros assuntos relevantes do dia a dia da cidade, como educação e saúde. No terceiro bloco, a participação de moradores de Porto Alegre fazendo perguntas trouxe a público os desafios no sistema de transporte público: a qualidade dos ônibus, a privatização da Carris, o preço da passagem e a integração com a Região Metropolitana. Tudo muito "en passant".
Uma das características do formato de debate é a presença de plateia no estúdio. Nos bastidores, era possível perceber duas sensações:
1) Rejeição ao bate-boca, que apareceu no primeiro bloco. O eleitor está cansado de trocas de agressões.
2) Cobranças por novas ideias e mais profundidade.
Fica o recado para os próximos...