Um levantamento da coluna nos sites de monitoramento da situação da covid-19 no mundo revela que, dos 10 países com maior número de novos casos de coronavírus na última semana, sete ficam na Europa, confirmando que o continente voltou a ser o epicentro da pandemia.
As únicas nações de fora da região entre as 10 primeiras são Estados Unidos (em 1º lugar), Índia (na 8ª posição) e Brasil (em 10º lugar). Os europeus são os seguintes: Rússia, Reino Unido, Alemanha, Turquia, Ucrânia, Polônia e Holanda.
Na comparação com os sete dias anteriores, a Polônia foi o país cujo percentual de novos casos mais aumentou: 72%. Em segundo lugar, vem a Alemanha, com 45%, seguida da Holanda (42%). Na comparação, o Brasil, que registrou nos últimos sete dias 61.901 novos casos contra 72.140 da semana anterior, teve variação de cinco pontos percentuais.
Fora do ranking dos 10 primeiros países do mundo com maior número de casos de covid-19 nos últimos sete dias, mas com forte aumento na comparação com o período anterior, aparecem França (66%), Áustria (63%) e Bélgica (19%). Esses percentuais revelam que a piora da situação da covid-19 atinge, de forma geral, todo o continente. Mesmo Portugal, país com melhor desempenho de vacinação no mundo, viu aumentar o número de novos casos - de 5.312 para 7.715 (45%).
Com relação ao número de mortes, os números são maiores no Leste Europeu, região onde a vacinação avança muito devagar.
A Rússia, que lidera o registro de óbitos nos últimos sete dias no mundo, teve aumento de 3% em relação ao período anterior (de 8.096 para 8.344). A Ucrânia viu aumentar os mortos em 23%. Na Polônia, o total de mortos quase dobrou, de 482 para 960 (99%). Nos países da Europa Central, destaque para a Alemanha, que viu crescer o registro de óbitos em 42% (de 645 para 916). O Brasil, nesse quesito, teve uma queda de 7% (de 1.825 para 1.698).
Na quarta-feira (10), a Rússia bateu novo recorde de infecções e mortes: em 24 horas, foram registrados 1.239 óbitos por complicações causadas pelo coronavírus. O país tem baixa adesão à vacinação (apenas 34% da população está completamente imunizada). Medidas restritivas foram flexibilizadas. O governo Vladimir Putin chegou a decretar um recesso nacional, entre 30 de outubro e 7 de novembro, na tentativa de frear a curva de infecções, mas essa tática ainda não reflete nos dados.
Na Alemanha, país onde 66,57% da população está completamente imunizada, o governo admite uma "emergência real". Cerca de 16 milhões de residentes com mais de 12 anos ainda não receberam as duas doses de vacina. Há um forte movimento contrário às doses, e o governo afirma que dificilmente conseguirá convencer as pessoas a mudarem de ideia. Por isso, a saída estudada será novos lockdowns. No gráfico abaixo, veja a situação da vacinação no mundo (completamente imunizados)
O governo alemão deixou de oferecer exames de antígenos gratuitos aos cidadãos, na esperança de que, tendo seus bolsos afetados, muitos optariam por aceitar a vacina para poder entrar em estabelecimentos comerciais fechados. A iniciativa não funcionou, e vários governadores desejam, agora, que o governo federal retome os exames gratuitos para poder detectar mais casos e controlar as cadeias de transmissão.
A Organização Mundial da Saúde (OMC) diz que a Europa está de novo no epicentro da pandemia. A entidade atribui o rebote da pandemia à flexibilização das medidas de restrição e a um sentimento geral de que a covid-19 estava superada, o que leva a descuidos na prevenção - e consequente aumento da transmissão.