A imagem do USNS Comfort (t-ah-20), da marinha americana, nas águas do Hudson, em Nova York, é simbólica. Significa que os Estados Unidos estão em guerra contra o coronavírus.
Pode-se questionar - e eu questiono - a relutância do presidente americano, Donald Trump, de negar dados científicos e a gravidade do coronavírus. Mas, ao ver a imagem do navio de guerra com a Estátua da Liberdade em primeiro plano, no porto e Nova York, é emblemática: não há quem não entenda o recado, obviamente preparado pelos assessores de imprensa do Pentágono, como recado ao mundo.
O Comfort, com seus mil leitos, pintado de braço e com a cruz vermelha em seu casco e seus 1,2 mil marinheiros a bordo, é um sinal de que os nova-iorquinos não estão sozinhos.
Nem no 11 de setembro de 2001, na maior tragédia americana até os dias de hoje, o Comfort foi usado nas águas de Manhattan.
O navio já esteve apoiando a operação da Guerra no Iraque, em 2003, e deu assistência às vítimas do furacão Katrina, em 2005, na Costa do Golfo. Agora chega para auxiliar o epicentro do coronavírus: Nova York, Estado com maior número de infecções naquela que é a capital informal dos EUA e do mundo, que responde pela metade dos quase 60 mil casos confirmados e mil mortes em território americano.
Sob ordens de Andre Cuomo, o governador de Nova York que tem se destacado em oposição do presidente Donald Trump e, por isso, se cacifado a disputar a presidência, nas eleições de novembro - se é que elas ocorrerão -, o Estado virou o grande campo de batalha do coronavírus.
O navio expandirá a capacidade hospitalar de Nova York, com seus mil leitos e 12 salas de cirurgia. A ideia é que ele receba outros pacientes - que não da covid-19, que poderiam superlotar hospital de Manhattan. Também foi montado um hospital de campanha no Central Park., que reforçará a capacidade do Hospital Mount Sinai West. A embarcação deixou a Virgínia.
Outro navio militar que está em operação é o US$ Mercy, que chegou no dia 27 a Los Angeles (Califórnia).