Tudo o que Vladimir Putin queria para seu projeto de tornar a Rússia grande de novo era ser alçado a provável mediador da crise entre israelenses e palestinos. Com a saída de cena dos EUA, que deixa esse papel com a tomada de posição em relação a Jerusalém, o presidente russo ganha espaço.
Nesta segunda-feira, durante visita ao Cairo, Egito, Putin pediu a retomada das negociações diretas sobre todos os assuntos em disputa entre os dois lados, incluindo o status de Jerusalém. Os EUA se autoexcluem como mediadores uma vez que tomaram uma posição que os tira da suposta neutralidade.
Aliás, Putin, que também esteve na Síria, em visita surpresa à base aérea de Hemeimeem, anunciou a retirada parcial de tropas do país. A Rússia tem ocupado o vácuo de poder americano no Oriente Médio e deixa o país de Bashar al-Assad como o grande negociador do conflito. De quebra, Putin foi o primeiro chefe de Estado a visitar a Síria desde o início da guerra, há quase sete anos.