Rodrigo Lopes
Passado o susto, o Brexit é apenas a ponta do iceberg da crise existencial do Velho Continente, que, em 2017, enfrentará fases decisivas a cada eleição em pelo menos quatro países. O sonho da integração entrou em xeque não só pela decisão britânica de deixar a União Europeia (UE). O terrorismo assombrou Bruxelas, Nice e Berlim, e há fortes indícios de que novos atentados, com malucos dirigindo caminhões sobre multidões, vão continuar. A exemplo do que vimos nos Estados Unidos, há descrença generalizada no establishment político. Nesse caldeirão de incertezas, há ainda o temor dos arroubos megalomaníacos do presidente russo, Vladimir Putin, à Leste, sem a garantia de defesa por parte dos irmãos do Oeste – Trump quer que a Europa pague a conta pela própria segurança. Em outras palavras, a Europa se vê, pela primeira vez desde a II Guerra Mundial, desafiada a resolver, por si própria, seus problemas.