Dirigentes do Flamengo chegaram a pensar na busca das soluções encontradas pelo Bayern de Munique para retornar as atividades profissionais de seu grupo de jogadores e seus profissionais da comissão técnica. Não foi uma boa ideia. A começar pelo fato de os atletas temerem uma volta antecipada para o dia 21.
A CBF também não deu apoio, porque há um acordo entre a entidade e os clubes de voltarem a se reunir no dia 30, não exatamente para retornar ao futebol, mas para entender como estarão as condições de pandemia no país naquela data.
A decisão de retomar os trabalhos no Esportivo, de Bento Gonçalves, não agradou a ninguém. Todos os clubes brasileiros foram notificados deste grande acordo. O que o Flamengo também não mediu foram as condições de saúde de Munique e do Rio de Janeiro.
Lá na Alemanha existe uma situação mais normal, o controle da pandemia está muito mais atualizado. Já no Rio de Janeiro os números são crescentes, a situação está muito longe de um controle racional e o próprio governador do Estado (infectado com a covid-19) mostra, diariamente, sua grande preocupação. O Rubro-Negro vai esperar, como todos, até o dia 30 deste mês para saber o que vai acontecer nos dias subsequentes, sem nenhuma garantia formal de que possa reatar suas atividades.
EMPRÉSTIMO — Ainda sobre o Flamengo vem a informação que seus dirigentes fizeram um empréstimo bancário de R$ 50 milhões, alegadamente para produzir um colchão financeiro para ser usado em caso de necessidade. Como o clube carioca faturou cerca de R$ 900 milhões no ano passado (quase duas ou três vezes maior que os clubes concorrentes), fico imaginando a situação dos outros brasileiros.
Logicamente o atual campeão da América e do Brasil tem a maior folha de pagamento, está renovando com seu treinador na base de milhões por mês, mas ainda assim não está livre da desordem financeira que o coronavírus está provocando em empresas e trabalhadores. É hora de economizar, de torcer para que isto termine logo, de ter os pés no chão.