Paulo Germano

Paulo Germano

Jornalista formado pela PUCRS, está em ZH desde 2006, mas foi em 2015 que se tornou colunista do jornal. Antes, atuou nas áreas de política, geral, cultura e esportes. É comentarista da RBS TV. Já venceu o Prêmio Petrobras de Jornalismo e foi finalista do Prêmio Esso. PG, como é chamado, escreve sobre vida real.

Daqui pra frente

Quais são as chances de Porto Alegre restringir atividades outra vez

Ainda que alguma limitação seja necessária, dificilmente chegaremos à situação que vivemos em junho

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As perspectivas, de fato, não são das melhores, mas ainda é impossível afirmar que teremos novas restrições nas atividades econômicas em Porto Alegre.

— Dá para dizer que a situação, no momento, está mais para ruim do que para boa —reconhece o secretário municipal adjunto de Saúde, o epidemiologista Natan Katz.

Como sempre, o que baliza as decisões da prefeitura é a ocupação dos leitos de UTI. E, nas últimas semanas, houve um aumento no número de internados, embora em ritmo lento. Ou seja, nada parecido com o que ocorreu em junho, quando a aceleração desse indicador foi rápida demais: a quantidade de internados dobrava a cada 14 dias. Hoje, não.

Isso significa que, caso seja necessário impor novas restrições às atividades, elas viriam em uma intensidade menor do que vieram em junho. Quer dizer: provavelmente teríamos limitações em horários de funcionamento, mas nada que resultasse no fechamento de alguns setores.

Mesmo assim, seria uma péssima notícia. A esperança é de que alguns indicadores de saúde, no próximos dias, deem sinais de alarme falso. Por exemplo: houve aumento no número de atendimentos a pessoas com sintomas gripais nos postos de saúde. Mas será que a maioria estava com covid-19? Ou será que elas foram acometidas por outros vírus?

É bom torcer pela segunda opção. Porque, se a maioria estiver com coronavírus, a tendência é de que a ocupação dos leitos de UTI continue crescendo nos próximos dias. Certeza, mesmo, só teremos no final da semana, quando a prefeitura terá o resultado dos testes que os pacientes fizeram.

— Não podemos tomar nenhuma medida de restrição sem termos absoluta segurança do que estamos fazendo — diz Natan Katz.

O secretário elenca alguns motivos que podem ter contribuído para o recrudescimento da pandemia — não só por aqui, mas no Brasil todo. O primeiro é a chegada do verão, convidativa para ir para a rua. O segundo é o fim do auxílio emergencial: sem dinheiro, é natural que as pessoas se exponham mais em busca de trabalho.

Outra hipótese é que a campanha eleitoral, ao reunir centenas de pessoas, também tenha facilitado a circulação do vírus. E por fim, claro, está o esgotamento das pessoas.

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