Paulo Germano

Paulo Germano

Jornalista formado pela PUCRS, está em ZH desde 2006, mas foi em 2015 que se tornou colunista do jornal. Antes, atuou nas áreas de política, geral, cultura e esportes. É comentarista da RBS TV. Já venceu o Prêmio Petrobras de Jornalismo e foi finalista do Prêmio Esso. PG, como é chamado, escreve sobre vida real.

Fim de papo

Não vai ter festa: moradores do Moinhos vetam Saint Patrick's Day

Cerca de 20 bares apresentaram proposta que incluía revistar os frequentadores no dia 17 de março, quando a Rua Padre Chagas seria fechada. Não deu certo.

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Isadora Neumann / Agência RBS
Milhares de pessoas lotaram a Padre Chagas na edição passada do Saint Patrick's Day

A ideia era contratar seguranças, revistar frequentadores, bloquear acessos à rua, impedir superlotação, montar palcos com bandas, um espaço para crianças e 25 quiosques ao longo da via. Mas a proposta dos bares para realizar a festa de Saint Patrick's Day na Padre Chagas, em 17 de março, foi rejeitada pelos moradores. E os comerciantes desistiram.

— Não tem como fazer um evento desse porte em um bairro como o Moinhos, onde a quantidade de idosos é enorme. Os moradores ficam impossibilitados de sair de casa. Se alguém passa mal, não chega uma ambulância — justifica Marco Pucci, da associação de moradores Moinhos Vive.

A resistência à festa de Saint Patrick é consequência dos excessos das últimas edições. No ano passado, 35 mil pessoas foram à Padre Chagas e, embora os organizadores tenham encerrado o evento às 22h, como combinado, a agitação prosseguiu com carros tocando música alta até de manhã — além de moradores insones, o saldo foi de lixo nas calçadas, jardins estragados e muros urinados.

Para este ano, cerca de 20 bares buscariam R$ 1 milhão em patrocínios para a festa. Sessenta por cento do valor seria aplicado em segurança, inclusive para monitorar a quantidade de pessoas que entrasse na Padre Chagas, evitando superlotação. Mas, em reunião no último dia 5, os moradores foram contrários.

— Resolvemos respeitar as pessoas que moram aqui e recuar nesse projeto. Mas faz uns três anos que a rua fecha espontaneamente. O evento vai acabar acontecendo, com ou sem organização, e temo que os estragos possam ser maiores — prevê Gabriely Muñoz Rocha, sócia do Mulligan Irish Pub, que liderava a proposta dos comerciantes.


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