Os estrangeiros de diversas partes do mundo que chegaram a Nova Délhi neste fim de semana para participar da 7ª Conferência das Partes (COP7) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco foram recepcionados com uma espessa camada de poluição atmosférica. Uma combinação de fumaça vinda da queima de resíduos em fazendas de regiões próximas, fogos de artifício do festival hindu de Diwali, poeira de construções e emissões de veículos pressionaram os níveis de partículas perigosas presentes no ar a níveis históricos – mais de 15 vezes superior ao limite considerado seguro.
Com o ar quase irrespirável, o governo indiano decidiu neste domingo paralisar todos os projetos de construção em andamento, fechar escolas e aconselhar moradores da capital a ficar em casa como plano emergencial para enfrentar o alto nível de poluição do ar. Mais de 900 mil alunos, em 1,7 mil escolas de Nova Délhi, foram afetados. A capital indiana está entre as cidades mais poluídas do mundo.
A situação foi agravada nesta semana com a combinação de fatores poluentes, levando moradores a ter irritações nos olhos, gargantas e pulmões. Até mesmo em ambientes fechados, como em hotéis, shoppings e residências, a névoa de fumaça que paira no ar é sentida – dificultando a respiração. Neste domingo, manifestações na cidade exigiram medidas imediatas e efetivas das autoridades para conter a onda de poluição.
O ministro chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal, chegou a chamar a cidade de "uma câmara de gás" e anunciou a paralisação das obras por cinco dias e o fechamento das escolas por três dias. Sem chuva, ruas são molhadas para reduzir o ar seco.
A qualidade do ar da capital indiana, que sempre foi dramática, piorou nos últimos anos com a rápida urbanização e aumento das emissões dos carros com motor a diesel e das fábricas e usinas que usam o carvão como combustível.