Em uma temporada de remates marcada pela incerteza, por conta da instabilidade econômica, os negócios surpreenderam nas pistas do Rio Grande do Sul. Apesar do volume menor de animais vendidos, as médias foram superiores ao ano passado (veja abaixo).
A valorização é explicada pela qualidade genética – cada vez mais buscada por criadores de outros Estados, onde o zebuíno nelore é predominante. Não por acaso, os reprodutores que receberam os maiores lances foram justamente os de raças sintéticas, que se adaptam melhor ao clima em regiões mais quentes. Os reprodutores braford alcançaram média de R$ 10,65 mil e os brangus, R$ 10,03 mil.
– Calculamos que pelo menos 30% dos animais vendidos tenham ido para outros Estados – reforça Jarbas Knorr, presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Estado (Sindiler-RS).
Percebendo a procura cada vez maior, os criadores gaúchos passaram também a oferecer facilidadas aos compradores. Além de ajuda no frete, seguro de vida de até cem dias para os animais.
– Com viagens longas e riscos na adaptação, a segurança é fundamental para a batida de martelo – completa Knorr.
Surpreendido positivamente também, o presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Francisco Schardong, atribui os resultados da temporada ainda ao retorno econômico da pecuária de corte.
– Mesmo em período de crise, a atividade mostra-se rentável ao produtor, com o preço do boi gordo voltando a aumentar agora – avalia.
Sobre o número menor de animais colocados em pista, a explicação está no aumento do número de remates particulares e também nas negociações diretas, que não passam por leiloeiros.