A ONG Human Rights Watch (HRW) divulgou há pouco investigação sobre a crise humanitária na Venezuela, marcada pelo desabastecimento de 80% de remédios e alimentos. O relatório desnuda a crise socioeconômica venezuelana.
A HRW entrevistou mais de cem pessoas em Caracas e, também, em seis Estados - Aragua, Carabobo, Lara, Táchira, Trujilo e Zulia. Foram visitados oito hospitais públicos, um centro de saúde na fronteira com a Colômbia e uma fundação que oferece cuidados médicos.
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José Miguel Vivanco, diretor da divisão americana da ONG diz:
- O governo venezuelano parece mais motivado a negar a existência de uma crise humanitária do que a trabalhar para resolvê-la. Seus fracassos têm contribuído para o sofrimento de muitos venezuelanos, que lutam diariamente para ter acesso a saúde básica e à nutrição adequada.
A ONG constatou que nos últimos dois anos a falta de medicamentos básicos e outros suprimentos médicos cruciais levou a uma deterioração significativa na qualidade e segurança do cuidado médico no país. Médicos e pacientes relataram escassez severa - em alguns casos, a ausência completa - de medicamentos básicos e suprimentos médicos.
Alguns dados:
Pesquisa realizada em agosto de 2016 por uma rede de mais de 200 médicos constatou que
76%
dos hospitais públicos nos quais os profissionais trabalhavam não tinham os medicamentos básicos que deveriam estar disponíveis.
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Dentre os reflexos da crise está o aumento de
79%
da taxa de mortalidade materna em partos nos primeiros cinco meses de 2016, em comparação com a última taxa divulgada, em 2009.
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A taxa de mortalidade infantil aumentou
45%
com relação aos números de 2013.