O ex-candidato presidencial venezuelano Henrique Capriles denunciou nesta quinta-feira que a Justiça proibiu sua saída e de outros líderes opositores da Venezuela, após o poder eleitoral suspender o processo de referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro.
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Já entrevistei três vezes o Capriles. É um oposicionista moderado, que valoriza o diálogo e admite apenas métodos constitucionais e legítimos para chegar ao poder. Essa atitude do governo é uma demonstração (mais uma...) inequívoca de truculência e autoritarismo. A situação na Venezuela só piora.
"Decretaram a proibição de nossa saída do país! Perdem mais uma vez seu tempo!", escreveu Capriles no Twitter ao lado de uma foto do decreto judicial.
"Atentos aos anúncios" nas próximas horas, declarou Capriles sobre as ações que serão convocadas pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD). Conforme Capriles, entre os afetados pela proibição de sair do país estão o secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, Ramón José Medina, José Cartaya, Oscar Barreto, Ricardo Sucre, Luis Aparicio e Arnoldo Gabaldón.
A proibição está vinculada à decisão das autoridades de paralisar o processo de recolhimento de assinaturas para o referendo. Segundo o CNE, a Justiça emitiu tal decisão diante "dos crimes de fraude junto à funcionário público, falsidade ideológica e fornecimento de informações falsas ao poder eleitoral" durante o recolhimento do 1% de firmas, primeira etapa para ativar o referendo.
A decisão judicial "tem como consequência a paralisação, até nova ordem, do processo de coleta de 20% das manifestações de vontade (...) na qual o Conselho Nacional Eleitoral estava trabalhando após concluída a primeira etapa da solicitação feita pela MUD em abril passado", destacou o CNE.
Após o anúncio da decisão do CNE, Torrealba reagiu afirmando que "a alternativa de luta prevista para este cenário" estava sendo "analisada e acertada entre todos os setores". "Daremos a resposta a esta armadilha em todo o país, a Venezuela que quer a mudança e a paz, e será uma resposta contundente e serena", assinalou Torrealba.