Léo Gerchmann
Dois episódios diferentes, um na Venezuela e outro na Bolívia, provocam certo desconforto pelo nonsense típico de um realismo fantástico das melhores e mais instigantes ficções latino-americanas. Na Venezuela, o governo de Nicolás Maduro acusa seus opositores de "traição à pátria" porque foram à Organização dos Estados Americanos (OEA) reclamar da democracia precária praticada no seu país, com sua ausência de diálogo, violência, opressão e presos políticos injustificáveis. Na Bolívia, o presidente Evo Morales, o homem que vê na carne de frango uma fonte de calvície e homossexualidade, conseguiu se safar, assim como a empresa chinesa CAMC, da acusação de tráfico de influência envolvendo contratos com o governo. Detalhe: foi mantida a acusação de enriquecimento ilícito e tráfico de influência contra a ex-namorada do presidente Gabriela Zapata. Chamem o García Márquez, o Scliar e o Dias Gomes!!!